Topo

Tite usará Neymar desde o início, mas seleção é melhor no 2º tempo na Copa

Neymar no treino da seleção brasileira na véspera do jogo contra a Coreia do Sul - Lucas Figueiredo/CBF
Neymar no treino da seleção brasileira na véspera do jogo contra a Coreia do Sul Imagem: Lucas Figueiredo/CBF
Gabriel Carneiro, Igor Siqueira, Danilo Lavieri e Pedro Lopes

Do UOL, em Doha

05/12/2022 04h00

Classificação e Jogos

Logo quando teve a oportunidade, Tite não teve dúvidas: vai escalar Neymar novamente na seleção brasileira. E como titular. O craque está recuperado depois da lesão no tornozelo direito que o tirou de dois jogos na primeira fase e começará desde o início o confronto pelas oitavas de final, contra a Coreia do Sul, às 16h (de Brasília).

Ter Neymar em ação desde os minutos iniciais pode contribuir para mudar uma tônica do Brasil nesta Copa: o desempenho no primeiro tempo tem sido pior do que no segundo.

Os números ajudam a sustentar a análise sobre a diferença de produtividade brasileira de um tempo para outro. A começar pelos gols. Os três que o Brasil fez até o momento foram na etapa final (dois contra a Sérvia e um contra a Suíça).

Em termos de finalizações, os relatórios da Fifa apontam um total de 54 chutes a gol nos três jogos e 35 deles foram no segundo tempo. Olhando as conclusões que tiveram a direção do gol, a diferença também é significativa. Oito chutes certos aconteceram na primeira etapa e 15 na segunda.

A única estatística ofensiva que pende a favorecer os primeiros tempos do Brasil é a de escanteios: do total de 25, 14 foram na etapa inicial.

A maioria dos números que dão peso ao desempenho da seleção no segundo tempo foi construída nas duas primeiras rodadas da fase de grupos. O jogo contra Camarões mudou essa lógica — com a ressalva de que era o time reserva — porque o Brasil não só deixou de fazer gol nos dois tempos, como sofreu um já na reta final do segundo tempo.

Ainda assim, as estatísticas da Fifa apontam que a produtividade brasileira na etapa final contra Camarões foi ligeiramente maior. Entre certas e erradas, a diferença de finalizações do segundo para o primeiro tempo teve o placar de 16 a 13.

Para enfrentar a Coreia do Sul, Tite quis escalar Neymar desde o início do jogo porque entende que não há janela para poupá-lo para o futuro na Copa, sem ter a segurança de classificação nas oitavas de final. O olhar é imediato. Quanto antes Neymar fizer a diferença, melhor.

Efeito em campo

O comportamento da seleção com o craque inevitavelmente muda. Ele atrai a marcação adversária e, ao mesmo tempo, com um lance de brilho, pode desequilibrar o jogo. A dinâmica é diferente, por exemplo, do sistema no qual Paquetá é colocado como substituto dele.

O retorno do camisa 10 ao time também afeta as jogadas de bola parada, pois Neymar é o dono das cobranças de falta e escanteios, além de pênaltis. Quando a jogada pede um canhoto, Raphinha aparece.

Neymar passou os últimos dias sorridente, saltitante nos treinos, em que pese a recuperação recente da lesão no tornozelo. A comissão técnica sempre acreditou que ele voltaria a jogar ainda na Copa. Se ele resolver o jogo cedo, melhor para ele, para Tite e a torcida brasileira.