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Croatas cobram reconhecimento por 3ª vez na elite da Copa: 'não foi sorte'

Jogadores da Croácia comemoram a classificação para as quartas de final da Copa - Dan Mullan/Getty Images
Jogadores da Croácia comemoram a classificação para as quartas de final da Copa Imagem: Dan Mullan/Getty Images

Colunista do UOL, em Doha (Qatar)

06/12/2022 04h00

Classificação e Jogos

Autor do gol diante do Japão, o atacante Ivan Perisic é perguntado sobre a possibilidade de enfrentar o Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo do Qatar. Ele começa a responder quando a TV próxima dele mostra o gol de Vinicius Jr diante na vitória sobre a Coreia do Sul. "Brasil acaba de fazer o gol", diz ele aos repórteres que estão de costas para a televisão pela posição da entrevista.

Era ali que, de uma certa forma, essa geração croata percebeu que estava pela segunda vez consecutiva inclusa na elite do futebol, os oito melhores, a reta final de uma Copa. E a intenção dos croatas é provar que, não, eles não são intrusos neste grupo. Não foi sorte, foi merecimento.

Verdade seja dita que, neste Mundial de 2022, a Croácia tem mais dificuldade para encontrar argumentos para explica que pertence à elite do futebol sem questionamento. Fez uma primeira fase ruim, com dois empates e uma vitória diante do Canadá, pelo Grupo F. Não foi eliminada só porque o belga Lukaku perdeu três gols feitos na rodada final.

Nada disso impede os croatas de exaltarem sua posição na elite e de entendem ser essa uma campanha marcada pelo mérito.

"É claro que por mérito próprio que estamos aqui. O que estamos fazendo é algo grande, estar entre os oito melhores. É muito bom, merecemos. Quando vemos as equipes que estamos entre oito, são as equipes maiores do mundo. Que Croácia está aí, é bonito", contou o maestro do time, Luka Modric, do alto dos seus 37 anos.

Contra o Japão, a dificuldade vista na primeira fase repetiu-se com uma classificação apertada. Lento, com posse de bola improdutiva, o time se viu alvo dos contra-ataques japoneses que resultaram no primeiro gol. A partir daí, a calma no intervalo de um time experiente em Copa pesou.

Livakovic, goleiro da Croácia, defende pênalti de Minamino, do Japão, em partida das oitavas da Copa - Alex Grimm/Getty Images - Alex Grimm/Getty Images
Livakovic, goleiro da Croácia, defende pênalti de Minamino, do Japão, em partida das oitavas da Copa
Imagem: Alex Grimm/Getty Images

"Está escrito nas estralas que Croácia tem que ser assim. Precisamos sofrer. Sem sofrimento, não há recompensa", disse o zagueiro Dejan Lovren, jogador do time dos Balcãs.

Mas aos croatas parece ser particularmente importante ressaltar o merecimento da vaga, dizer que não foi acaso, que a nova campanha vitoriosa prova o lugar do futebol de camisa quadriculada na elite. E isso é repetido até aos amigos.

Atualmente no Zenit, Lovren ainda guarda um pequeno rancor - de amigo - porque o seu ex-companheiro de Liverpool lhe provocava sobre os méritos da campanha croata em 2018.

"É especial. Mostramos que estamos entre os oito melhores, que em 2018 não foi sorte. Meu amigo [o egípcio Mohamed] Salah me disse: 'pênaltis, pênaltis e sorte'. É ótimo que mostramos para o mundo que somos fortes", completou.

Agora a Croácia provar que não foi acaso estar diante do Brasil. A partida que vale vaga na semifinal será realizada na sexta-feira (9), às 12h (de Brasília).