'Só faltou cervejinha': avião vira bar gigante em voo durante jogo da Copa
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No exato momento em que os jogadores da seleção brasileira entravam em campo para o jogo contra a Coreia do Sul nesta segunda-feira, um avião partia do Aeroporto de Guararapes, no Recife, rumo a Guarulhos, em São Paulo.
Os poucos minutos de atraso serviram para a manutenção das televisões, disse o piloto. Não incomodou. Afinal, era tarde de jogo da Copa do Mundo, e a transmissão da partida no voo precisava estar em pleno funcionamento.
Nas três horas de viagem, o avião lotado virou um "bar gigante", com festa, conversas e gritos. Entre os cerca de 200 passageiros do Airbus, havia torcedores a caráter, vestidos com a camisa amarelinha e outras variações de cores.
E, quando as rodas da aeronave da Azul levantaram, houve aplausos e berros de "vai, Brasil".
Antes mesmo da decolagem, um passageiro disse em alto e bom som que "poderia ser uma cervejinha" no lugar da água de cortesia.
Os petiscos a bordo do voo 2748 até ensaiaram uma lembrança do boteco — havia torresminho e amendoim —, mas o clima de bar ficou mesmo a cargo dos passageiros animados.
Assim que Vini Jr marcou o primeiro gol, com apenas 7 minutos de jogo, o avião foi à loucura. Gritos, assobios e aplausos se repetiram também nos gols de Neymar e Richarlison.
Neste último, os risos foram gerais quando o jogador comemorou com a famosa "dança do pombo" ao lado do treinador Tite. O chute de Paquetá também foi bastante celebrado, enquanto o avião cruzava o país.
A ligeira turbulência no segundo tempo não assustou. Quando a Coreia fez gol, houve um silêncio no ar, interrompido apenas por um palavrão que surgiu em uma das fileiras: "ca*, golaço".
A comissária de bordo Keyla Souza, na função há 12 anos, tinha mais motivos para comemorar nesta segunda: ela já havia passado pela experiência de ver um voo inteiro ficar desolado depois da derrota do Brasil na Copa de 2014.
"Eu estava voando no 7 a 1, o avião todo saiu chorando", lembra ela. "É sempre esse clima maravilhoso — desde que tudo corra bem em campo e a televisão esteja ok. Já vi derrota e vitória, e estamos sempre torcendo pelo nosso Brasil."
Os afazeres, no entanto, continuam. "Nossa responsabilidade maior é com a segurança dos passageiros e as portas, que não podemos deixar desassistidas. Mas, de vez em quando, a gente dá uma olhadinha ali, vibra junto com eles."
E o piloto? "Não assistimos. A preocupação total é com o voo", afirma o comandante Lira.
Quem "contava" o placar ao piloto e ao copiloto nesta segunda eram os comissários — além do próprio ruído dos passageiros a bordo, que dava a dica de quem estava ganhando.
Um passageiro-torcedor virou o "narrador oficial" no avião. Sentado em uma poltrona no corredor, com uma camisa preta da seleção, Antonio Cavalcante, consultor técnico, era o mais animado nesta segunda-feira.
"É a primeira vez que acompanho o jogo em um voo e estou curtindo muito. Pensa em um clima legal! A energia é outra, bem bacana", afirmou ele, que viajava justamente na hora do jogo por causa do trabalho.
A partida com placar largo para o Brasil ajudava a relaxar. "Amo futebol, jogo também. O Brasil está indo bem, e isso já deixa a gente mais confortável", disse, no intervalo.
No apito final, mais aplausos e gritos a bordo.
O fim do jogo, porém, não era o fim do voo: havia ainda um pequeno trecho até chegar a Guarulhos — e o clima neste momento já era de ressaca. Passageiros torcedores se dividiam entre um cochilo e um filminho. As janelas foram fechadas.
Nos bastidores, as comissárias respiravam aliviadas: não houve tumulto nem torcedor passando mal. O plano agora é se preparar para voos mais altos.
O UOL News Copa fala sobre o baile da Seleção Brasileira contra a Coreia, a atuação de Neymar, a formação tática de Tite, os jogos do dia e mais notícias da Copa! Confira:
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