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Chef do Mineirão zoa lanches feios do Qatar: 'Me chama que faço o tropeiro'

Sônia Maria da Costa é chef de cozinha do Mineirão há 37 anos - Arquivo Pessoal
Sônia Maria da Costa é chef de cozinha do Mineirão há 37 anos Imagem: Arquivo Pessoal
Beatriz Cesarini e Lohanna Lima

Do UOL, em São Paulo e Belo Horizonte

07/12/2022 04h00

Classificação e Jogos

Os lanches vendidos nas arenas de Doha durante a Copa do Mundo são alvos de críticas frequentes porque têm sabor, aparência e preços ruins. De olho na polêmica, Sônia Maria da Costa — chef de cozinha do Mineirão e responsável pelo famoso tropeiro — alfinetou os quitutes do Mundial e ofereceu uma ajudinha.

"A dica que eu dou para o pessoal do Qatar é me chamar para fazer o tropeiro, tenho certeza de que eles vão gostar porque é muito bom. Se eu estivesse lá, ia vender muito tropeiro. Não ia ficar ninguém com fome. Você não viu como a seleção está [em desempenho]? Aqui se come bem", contou ao UOL.

Ao ver as imagens do sanduíche vendido nos estádios de Doha, Sônia não resistiu e disparou: "Tem que ter que ter pelo menos uma folhinha verde nesse sanduíche porque está muito feio. Tem que incrementar para ficar pelo menos bonito porque é muito caro. Precisa de uma carne melhor, alface, tomate. Eles precisam fazer o pão com mais carinho, mais amor. Esse parece que foi feito na enxada", divertiu-se.

O tropeiro do Mineirão é famoso entre os frequentadores do estádio. O marmitão é caprichado: leva o feijão tropeiro — claro —, além de arroz, couve, bife de lombo, molho quente, torresmo e ovo frito por apenas R$ 20. O hambúrguer e o cachorro-quente de Doha têm apenas pão e proteína e custam R$ 40 e R$ 60, respectivamente.

Feijão tropeiro do Mineirão - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Feijão tropeiro do Mineirão
Imagem: Reprodução/Instagram
Hambúrguer nos estádios da Copa sai por R$ 60 - UOL - UOL
Hambúrguer nos estádios da Copa sai por R$ 60
Imagem: UOL

Dona Sônia, como é carinhosamente conhecida no Mineirão, prepara o prato dentro do estádio há 37 anos. Durante o Mundial realizado no Brasil, no entanto, outra empresa ficou responsável pela produção da iguaria — por acordos comerciais — e não agradou tanto, segundo a chef.

Dona Sônia e o feijão tropeiro do Mineirão - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Dona Sônia e o feijão tropeiro do Mineirão
Imagem: Arquivo Pessoal

"Na Copa em 2014, teve tropeiro no Mineirão, mas foi um pessoal de fora que fez. E não precisa falar, né? Deu errado. Na Copa América também teve e aí já foi produzido por mim", explicou.

Carne de porco é item proibido

O tropeiro do Mineirão tem carne de porco na maioria da composição e o Qatar proíbe a ingestão de suínos por questões religiosas e culturais. Mas isso não é problema para a dona Sônia, que está preparada e pensou em alternativas para servir o tropeiro dentro das leis rigorosas do país.

"Eu faço até tropeiro vegano, com feijão, farinha, carne de soja, azeite, alho e açafrão. Não faltando feijão e a farinha, o resto a gente dá um jeito. É só olhar qual a carne de lá e está resolvido", brincou.