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A última Copa de Messi e CR7

As principais histórias do último mundial dos melhores jogadores do século

Fernando Santos testou sete 'sombras' de Ronaldo antes de Gonçalo Ramos

Cristiano Ronaldo comemorou os três gols de Gonçalo Ramos contra a Suíça -  Tom Weller/picture alliance via Getty Images
Cristiano Ronaldo comemorou os três gols de Gonçalo Ramos contra a Suíça Imagem: Tom Weller/picture alliance via Getty Images
e Bruno Andrade

Colunista do UOL, em Doha (Qatar)

07/12/2022 07h02

Classificação e Jogos

Portugal nunca teve problemas na última década nas laterais do ataque. Opções de alto nível. De sobra. De Nani a João Félix a Rafael Leão. De Ricardo Quaresma a Diogo Jota e Bernardo Silva. O grande obstáculo sempre foi encontrar uma referência que pudesse "incomodar" Cristiano Ronaldo, assim como fez Gonçalo Ramos, autor do surpreendente hat-trick na goleada por 6 a 1 em cima da Suíça, nas oitavas de final da Copa do Mundo no Qatar.

Fernando Santos assumiu a seleção em 2014 e, desde então, fez - ou tentou fazer - alguns testes para ter um substituto de peso e confiável que pudesse ser uma espécie de "sombra" para o líder e capitão da equipe. Ao todo, chamou sete "goleadores" em oito anos no cargo.

Autor do gol histórico que garantiu o título inédito da Eurocopa de 2016, na final diante da França, Éder foi dos que mais recebeu chances como plano B. Apesar de marcante, esteve bem longe de ser unânime. Em 35 jogos, balançou a rede em apenas cinco oportunidades.

Com 19 gols e 53 partidas, André Silva flertou várias vezes com o posto. Não se afirmou. Também culpa da inconstância na carreira. Surgiu bem no Porto, mas, na sequência, caiu de rendimento no Milan e no Sevilla. Depois, na Alemanha, primeiro no Eintracht Frankfurt e agora o RB Leipzig, voltou a ganhar mais espaço, porém sem reflexo na seleção.

Outros cinco atacantes de área passaram pelas mãos de Fernando Santos. Um deles, por exemplo, nem sequer chegou a entrar em campo. Em 2015, Rui Fonte, então no Braga, surgiu como novidade na convocação. Não saiu do banco de reservas.

Ainda houve tempo para avaliar mais três opções da casa: Nélson Oliveira, ex-Benfica, Rennes, Norwich City, AEK e PAOK (dois gols em 17 jogos), Gonçalo Paciência, ex-Porto, Eintracht Frankfurt, Schalke 04 e Celta de Vigo (um em dois), e Paulinho, ex-Braga e Sporting (dois em três). Ronaldo, no entanto, se manteve absoluto e intocável.

Por fim, a derradeira tentativa passou por uma naturalização. O brasileiro Dyego Souza, hoje no Almería, obteve dupla nacionalidade portuguesa e foi convocado em 2019, quando defendia o Braga. Na ocasião, gerou muita discussão entre os torcedores. Passou em branco em dois duelos.

Artilheiro do Benfica na atual temporada, com 14 gols em 21 confrontos, Gonçalo Ramos é a principal sensação ofensiva do futebol português. Aos 21 anos, chegou à seleção somente neste ano. A média de gol já impressiona: um por partida (quatro em quatro oportunidades).

Apesar de badalado e atualmente com uma multa rescisória de 120 milhões de euros (R$ 662 milhões), o jovem encarnado teve a chamada para o Qatar contestada pela opinião pública. Ainda assim, ultrapassou André Silva na preferência da comissão técnica e está no encalço de CR7.

"Foi tudo muito rápido [ser titular, fazer os gols]. Titular no próximo jogo [contra o Marrocos, nas quartas de final]? Isso são assuntos que não são para mim. Tenho de trabalhar ao máximo e depois ver o que vai acontecer", destacou o camisa 26, depois da atuação de gala diante dos suíços.

Fernando Santos, por sua vez, não retirou a importância de Cristiano Ronaldo, de 37 anos, para o grupo na Copa. A qualquer momento pode recuperar espaço na equipe.

"Tenho uma relação muito próxima com ele, fui treinador dele no Sporting, quando tinha 19 anos, e ficamos sempre com uma relação muito forte. Essa relação não se altera. Nem eu nem ele confundimos a questão humana com a questão de treinador e jogador. Na minha perspetiva, o Cristiano continua sendo um jogador importantíssimo para a equipe portuguesa", explicou.