Bife com ouro, braçadeira proibida e cerveja: as polêmicas da Copa até aqui
Classificação e Jogos
Desde a escolha da sede, a Copa do Mundo do Qatar não foi uma unanimidade tanto para as seleções que disputam a competição, quanto para quem acompanha o espetáculo. A Fifa, inclusive, pediu para que as equipes focassem no futebol e deixassem de lado as manifestações políticas.
Com apenas sete jogos para todos conhecerem o campeão do Mundial, o UOL Esporte preparou uma lista com os assuntos que viraram polêmica durante o torneio mais importante do mundo e renderam debate. Confira:
Proibição de cerveja no entorno dos estádios
Dois dias antes de a Copa começar, com a partida entre Qatar e Equador, a primeira polêmica já estava instaurada. O Governo do Qatar comunicou à Fifa que havia mudado a regra de venda de cerveja durante o Mundial.
Inicialmente, o acordo previa a venda de álcool no perímetro dos oito estádios em que a competição será disputada, mas isso foi cancelado. As tendas venderiam a bebida no entorno das arenas três horas antes da partida e uma hora depois; agora, só vão comercializar cerveja sem álcool.
O Qatar é um país que segue as tradições da religião muçulmana, na qual é proibido o consumo de álcool. Para a realização da Copa, algumas normas foram flexibilizadas, incluindo a permissão de venda de cerveja em áreas próximas aos estádios nos dias de jogos — pelas regras normais, não é possível comprar ou consumir bebidas alcoólicas fora de estabelecimentos específicos ou sem autorização para isso.
A braçadeira proibida
As seleções europeias que disputaram, e disputam, a Copa do Mundo do Qatar tinham a intenção de usar a faixa de capitão com a mensagem One Love — que tem as cores do arco-íris, em apoio a causa LGBTQIA+.
Porém, a Fifa avisou as federações que o capitão que usasse a faixa seria advertido com um cartão amarelo na partida. Sendo assim, nenhum capitão das seleções usou a faixa com a mensagem. O veto gerou revolta de muitos fãs.
Alemanha protesta, é eliminada e ironizada
Por causa do veto à braçadeira, os jogadores da Alemanha posaram para a foto na estreia do Mundial com as mãos sobre a boca para simbolizarem que foram silenciados pela Fifa — um gesto que ficará marcado na história do esporte. Os alemães perderam aquela partida para o Japão por 2 a 1, e futuramente vieram ser eliminados na fase de grupos.
Um programa de TV do Qatar aproveitou a eliminação da Alemanha na Copa do Mundo para ironizar os protestos feitos pela seleção europeia ao longo da competição.
Jogadores do Irã ficam em silêncio durante o hino
Na partida contra a Inglaterra, os jogadores do Irã não cantaram o hino do país em aparente apoio às manifestações no país deles pelos direitos das mulheres. Os protestos surgiram após a morte da curda Masha Amini, que foi encontrada sem vida há dois meses após ser presa pela polícia dos costumes local por violar o uso obrigatório do véu islâmico. Desde o início das manifestações, centenas de pessoas foram presas no Irã.
De acordo com a CNN, as famílias dos jogadores iranianos foram ameaçadas de prisão e tortura caso os atletas 'não se comportarem'. Uma fonte envolvida na segurança dos jogos afirmou que após os jogadores se recusarem a cantar o hino nacional na estreia contra a Inglaterra, eles foram convocados para uma reunião com membros do Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC) — que é uma divisão das forças armadas do Irã.
A fonte disse que os jogadores foram informados de que suas famílias enfrentariam 'violência e tortura' se não cantassem o hino nacional ou se posicionarem a favor de qualquer protesto político contra o regime no país.
Carne folheada a ouro
Muitos jogadores que estiveram no Qatar aproveitaram um dos dias de folga que tiveram para visitar a famosa churrascaria Nusr-Et, do chef Salt Bae, que ficou conhecido na internet em 2017 pela performance ao servir os pratos no restaurante. Ele faz um gesto com a mão como se jogasse sal na peça de carne com desdém — daí, o apelido "namorado do sal", em tradução livre. Lá, Ronaldo Fenômeno e jogadores da seleção brasileira provaram peças de carne cobertas por ouro 24 quilates, que podem custar cerca de R$ 9 mil.
No UOL News Copa, transmitido diariamente às 9 horas (de Brasília), os comentaristas Renato Maurício Prado e Walter Casagrandes Jr. criticaram a "ostentação besta", principalmente durante uma Copa do Mundo.
"Eu confesso que quando vi os vídeos aquilo já me incomodou. O Ronaldo levou o Vinícius Júnior, e eu acho que alguns outros jogadores da seleção, para comer bife com ouro. Primeiro já acho isso aí uma palhaçada tamanho família. Desde quando ouro faz bem para você comer. Isso aí é ostentação besta. E segundo: no meio da Copa? O Ronaldo, pelo amor de Deus, não joga contra. No meio da Copa você vai tirar os jogadores para ir comer bife folheado a ouro? Que patacoada, que palhaçada", disse RMP.
Casagrande destacou ainda a falta de sensibilidade dos jogadores em meio à notícias de aumento da pobreza no Brasil.
"Hoje eu vi na Folha que a pobreza aumentou, são 62 milhões de pessoas que não têm café da manhã, almoço e janta. E os ídolos deles, quando aparecem numa matéria, eles estão comendo bife com ouro. Eu acho isso completamente desrespeitoso, além de ostentar, além de ser no meio de uma Copa do Mundo, além de qualquer coisa", disse.
Crise na 'Geração Belga'
O desempenho da Bélgica na Copa do Mundo do Qatar foi um dos mais decepcionantes entre as 32 seleções que participaram do torneio. Em grupo com Canadá, Croácia e Marrocos, os belgas só fizeram quatro pontos não passaram da fase de grupos.
A eliminação ficou marcada pelas indiretas que os próprios jogadores trocaram durante entrevistas e rachas no elenco. Tanto é que ao final da participação belga no Mundial, cinco jogadores optaram por não retornar com o resto da delegação.
De acordo com o jornal belga "Het Laatste Nieuws", Thomas Meunier, Axel Witsel, Jeremy Doku, Arthur Theate e Luis Openda preferiram voltar sozinhos para Bruxelas
Cristiano Ronaldo no banco de reservas
A partida entre Portugal e Suíça ficou marcada na carreira de Cristiano. Foi a primeira vez que o camisa 7 começou um jogo de Copa no banco de reservas.
Além disso, ele viu seu substituto, Gonçalo Ramos, marcar três gols, e dar uma nova dinâmica à seleção portuguesa — que fez sua melhor exibição no Mundial.
Os familiares de CR7 ficaram furiosos com a decisão do técnico Fernando Santos. Katia Aveiro, irmã do jogador, usou suas redes sociais para pedir que ele deixe a seleção e retorne para casa.
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