Copa do Qatar premia 'técnicos de chuteiras': conheça o perfil deles
Classificação e Jogos
Oito homens a partir desta sexta-feira (9) vão viver momentos especiais em suas carreiras com as quartas de final na Copa do Mundo do Qatar. Em comum, os técnicos que brigam pelo título máximo do futebol carregam uma coincidência entre si: todos são ex-jogadores. Alguns, como o francês Didier Deschamps, tiveram passagens vitoriosas inclusive pelas seleções que comandam agora. Outros, como o brasileiro Tite, jamais foram atletas fora da fronteira de seus países.
Mais um ponto em comum entre os oito técnicos é a nacionalidade: sete dos oito treinadores nasceram no próprio país da equipe que treinam agora.
Conheça quem são os técnicos e o que torna especial a história deles no Qatar.
Tite e Dalic medem experiência e segundo ciclo
O primeiro jogo das quartas de final será nesta sexta, às 12h, entre Brasil e Croácia. No cargo desde junho de 2016, Tite é um dos mais veteranos de toda a Copa: tem 61 anos e começou a competição tendo apenas quatros técnicos mais velhos que ele.
Meio-campista de clubes como Caxias, Portuguesa e Guarani, parou de jogar aos 28 anos, por seguidas lesões no joelho. Estreou como técnico em 1990, e ganhou projeção em 2001, pelo Grêmio, conquistando a Copa do Brasil em cima do Corinthians em pleno Morumbi.
Antes de voltar ao mesmo Corinthians e brilhar ganhando a Libertadores e o Mundial de 2012, Tite comandou São Caetano, Atlético-MG, Palmeiras e Internacional, além de duas breves passagens pelo Oriente Médio que tenta agora eternizar como palco da sua maior conquista, a Copa do Mundo do Qatar.
Para chegar lá, porém, ele encara nesta sexta o bósnio Zlatko Dalic (único estrangeiro dos oito técnicos que seguem na Copa).
Apenas cinco anos mais novo que Tite (tem 56 anos), Dalic também foi atleta nos anos 1980, e também meio-campista (era volante). Jogou em clubes médios da Bósnia, Croácia e Montenegro. Sua carreira como jogador foi mais duradoura: parou de atuar em 2000, quando Tite já tinha dez anos de experiência como técnico.
Sua estreia como treinador ocorreu em 2005, no Varteks, da Croácia. Em 2012 e 2013, teve também uma incursão pela Arábia Saudita, estreando na seleção croata em outubro de 2017. Está em sua segunda Copa do Mundo. Na primeira, em 2018, obteve o melhor resultado da história da seleção ao chegar à final, só caindo ante a França.
Caçula Scaloni reencontra ofensivo Van Gaal
Será o confronto entre o mais jovem e o mais veterano dos treinadores desta Copa do Mundo, nesta sexta, às 16h (de Brasília), com Argentina x Holanda.
Pela seleção argentina estará o ex-lateral direito Lionel Scaloni, hoje com 44 anos, que comanda a azul e branca desde o final de 2018. Ele já disputou duas Copas do Mundo pela Argentina: a de 2006, como jogador, e a de 2018, quando era um dos assistentes do então técnico Jorge Sampaoli.
Scaloni foi um combativo jogador que saiu do Newell's Old Boys (na Argentina jogou também pelo Estudiantes) para depois virar ídolo do La Coruña na virada do milênio. Como atleta, enfrentava o Barcelona do holandês Louis van Gaal, que reencontra nesta sexta-feira no Qatar.
Difícil de imaginar anos atrás, Scaloni chega a este confronto como o técnico responsável por tirar a Argentina da fila de 28 anos sem conquistas, com o título da Copa América do ano passado em cima do Brasil no Maracanã, e também como o arquiteto da maior invencibilidade da história da seleção, com 36 jogos sem perder, série que acabou apenas na estreia do Mundial, contra a Arábia Saudita.
Era improvável também que Van Gaal, um modesto jogador que atuava no meio-campo nas décadas de 1970 e 1980 em equipes pequenas da Holanda e da Bélgica, seria o treinador de culto que virou. Como atleta, chegou a integrar o elenco do Ajax. Sem espaço, acabou precisando buscar outro clube.
Estreou como técnico no próprio Ajax em 1991, iniciando ali uma carreira brilhante que incluiu trabalhos marcantes no Barcelona, no Manchester United e no Bayern. Seu estilo ofensivo é uma reprodução do que, seus críticos dizem, é seu trato com os jogadores. Van Gaal coleciona tantos desafetos quando troféus em suas estantes.
Está em sua terceira passagem pela seleção holandesa, desafio que assumiu em agosto do ano passado, depois de superar um câncer de próstata que o fez até mesmo anunciar aposentadoria.
Classe e bagagem unem Deschamps e Southgate
O duelo França x Inglaterra, que promete o melhor futebol entre os quatro, é o que traz também os dois técnicos com os maiores currículos como jogador. E o embate entre ambos promete tornar o sábado ainda mais especial com o confronto que começa às 16h.
No comando da França, Didier Deschamps, de 54 anos, é simplesmente um dos únicos três homens a ganhar a Copa do mundo como jogador e treinador (os outros dois são Zagallo e Franz Beckenbauer).
Volante raçudo da França que bateu o Brasil e foi campeã em casa em 1998, Deschamps teve uma carreira de ponta como atleta também em clubes, atuando em bom nível por Olympique de Marselha, Juventus e Chelsea.
Estreou como técnico no Monaco em 2001 e levou o clube a uma improvável final de Champions League em 2004, perdendo para o Porto de José Mourinho. Repetiu o enredo dos tempos de jogador e treinou Juventus, Olympique e a seleção francesa que comanda desde julho de 2012, recorde entre os técnicos que seguem na disputa no Qatar. Esta é sua terceira Copa. Pode ser o segundo título.
Já Gareth Southgate, um classudo defensor no "English Team" nas Copas de 1998 e 2002, fez sua carreira como jogador sempre na Inglaterra, por Crystal Palace, Aston Villa e Middlesbrough, clube em que estreou como técnico, em 2006. Está na seleção inglesa desde 2016 (de 2013 a 2015 treinava o sub-21 do time nacional inglês) e tem 52 anos.
Santos e Regragui dividem surpresas e elogios
O trabalho do português Fernando Santos tem sido comentado no mundo todo depois do arrasador 6 a 1 em cima da Suíça nas oitavas, mas quem conhece futebol sabe da sua competência há muito tempo. Ele é técnico há 35 anos, depois de encerrar a carreira de zagueiro entre 1976 e 1985 em clubes medianos de seu país.
Santos está com 68 anos e treina seleções desde 2010. Primeiro, levou a Grécia às oitavas de final da Copa do Mundo disputada no Brasil, em 2014. Naquele mesmo 2014 virou técnico de Portugal, levando a seleção ao título da Eurocopa de 2016. Está em sua segunda Copa do Mundo com os lusos. Em 2018, na Rússia, parou também nas oitavas de final, repetindo a campanha com a Grécia.
Elogios também recebe o francês naturalizado marroquino Walid Regragui, comandante da seleção de Marrocos que encara os portugueses a partir das 12h de sábado.
Regragui tem 47 anos (21 a menos que o adversário português), e até 2011 era defensor de clubes como Racing, Toulouse e Ajaccio, da França. Estreou como técnico em 2014, no FUS Rabat, de Marrocos.
Sua chegada à seleção é a mais recente entre todos os oito países que seguem na Copa do Mundo do Qatar. O treinador assumiu a seleção marroquina apenas três meses atrás, em 31 de agosto, e fez até aqui apenas sete jogos pela equipe. Ganhou cinco e perdeu dois, mostrando que no futebol há diversas narrativas e maneiras de se chegar a um mesmo objetivo: o gol que todos os oito treinadores vão buscar nas quartas de final.
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