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Técnico da Croácia brinca: 'ninguém bateu palma para mim quando entrei'

Zlatko Dalic, técnico da Croácia, após jogo do Brasil - Jack Guez/AFP
Zlatko Dalic, técnico da Croácia, após jogo do Brasil Imagem: Jack Guez/AFP
Gabriel Carneiro, Danilo Lavieri, Rodrigo Mattos e Pedro Lopes

Do UOL, em Doha (QAT)

09/12/2022 15h57

Classificação e Jogos

O técnico da Croácia, Zlatko Dalic, estava bem-humorado após eliminar o Brasil.

Cadê as palmas? "Eu achei que não tinha imprensa da Croácia aqui, ninguém bateu palmas quando entrei."

Favoritos nos pênaltis: "Apenas as seleções com grande personalidade e caráter podem dar volta por cima. E isso se tornou comum para nós. Nos pênaltis, somos muito bons, sempre favoritos".

Melhor meio-campo do mundo: "Eu acho que a Croácia tem o melhor meio-campo do mundo. Temos passe, controle do jogo, controle da bola, e conseguimos demonstrar isso".

Dança dos brasileiros: "Ontem, eu falei na coletiva que não gostaria que meus jogadores dançassem."

Curiosidades:

  • O goleiro da Croácia, Dominik Livakovic, que pegou um pênalti, foi aplaudido em sua coletiva.
  • Dalic também foi aplaudido após a coletiva e saudou os jornalistas de volta.

Veja fotos da partida entre Brasil e Croácia pela Copa do Mundo do Qatar

Quer mais? Leia tudo o que Dalic falou:

Ninguém bateu palmas?

"Eu achei que não tinha imprensa da Croácia aqui, ninguém bateu palmas quando entrei. Essa é uma grande vitória da nossa seleção. De forma tática, fomos muito competentes, aguentamos durante todo o jogo, demonstramos o que é a seleção croata e esse é um grande sucesso após quatro anos. Segunda Copa seguida nas semifinais sendo um país pequeno, por isso parabenizo meus jogadores por terem jogado como jogaram, como só croatas podem fazer. Temos força para seguir em frente e não vamos entregar as pontas."

A estratégia croata

"Nós temos uma personalidade muito forte, não desistimos, estamos prontos para qualquer coisa. Sabemos que à medida que o jogo se desenvolvesse, nossas chances cresciam, era importante não sofrer um gol no começo. Por isso priorizamos controlar no início, estarmos sempre perto da bola. Acredito que apenas as seleções com grande personalidade e caráter podem dar volta por cima, e isso se tornou comum para nós. Nos penaltis, somos muito bons, sempre favoritos, mas é preciso chegar lá. Não é tão simples assim. Mostramos força e essa é uma característica da nossa seleção."

Capitão decisivo

"Modric jogou 120 minutos em grande ritmo e liderou a seleção nessa vitória, com o gol de penalti quando precisou. É incrível o quanto ele joga sem se cansar, sem baixar o ritmo. Quando tentamos trocar os meio-campistas, ele disse que não precisava sair, que estava bem. Aos 37 anos, isso é incrível, demonstra que ele é um dos melhores do mundo. Ele é um excelente jogador, impecável em seus treinos e vive para o futebol. Ele vai durar muito em sua seleção."

Goleiro salvador

"Algumas situações que o Brasil criou com qualidade e velocidade conseguimos evitar com nosso goleiro, que estava em grande forma e fez a diferença nos grandes momentos. Ele nos salvou, essa é a verdade. Ele deu falta de confiança para o adversário, inclusive nas cobranças de penalti."

Quando Neymar fez gol

"Não havia nada a esperar, fizemos o que podíamos e sabíamos que o que tínhamos que fazer. É assim que se chega nessas metas. Não foi no tempo certo, mas tivemos que equilibrar o jogo e, no fim das contas, conseguimos o resultado. Quando o Brasil fez 1 a 0, os nossos torcedores levaram os jogadores a dar a volta por cima, nem todas as seleções têm isso. Neymar teve bolas importantes, mas lidamos com isso de uma forma muito boa."

Reação ao jogo Brasil

"A gente não estava planejando uma mudança, a seleção brasileira nos forçou devido à sua qualidade. Tivemos que dar um passo atrás e isso não foi bom. Tentamos e não conseguimos. No segundo tempo, vivemos uma situação difícil, tentamos atacar mais pelo meio e, na realidade, só conseguimos bloquear o Brasil. Não queria isso, mas eles tinham um jogo de altíssima qualidade e o que fizeram foi algo que não conseguimos defender. Mas é justamente nesse momento em que nós demonstramos força mental."

Ainda é surpresa?

"Acho que fica muito claro que as pessoas não devam mais estar surpresas com nosso desempenho. É a segunda vez que chegamos nessa fase e não é que esperávamos por isso, é fenomenal. Agimos com paciência. A qualidade é o primeiro pré-requisito do nosso time, seleção com excelente ambiente. O jeito que jogamos, nossa união, a confiança que temos em nós mesmos, os jogadores têm confiança em mim e vice-versa, nos respeitamos. A croácia é uma grande surpresa, mas de alguma forma não deveria ser, porque temos um time muito forte."