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'O maldito Rec 5 causou o gol da Croácia', diz RMP sobre queda do Brasil

10/12/2022 09h24

Classificação e Jogos

A seleção brasileira foi eliminada da Copa do Mundo do Qatar com a derrota nos pênaltis para a Croácia ontem (9). O momento mais discutido da queda foi o gol de empate da seleção croata, faltando poucos minutos para o final da prorrogação.

No UOL News Copa, transmitido diariamente a partir das 9 horas (de Brasília), o comentarista Renato Maurício Prado reclamou do "Rec 5", termo que se refere à ação de recuperar a bola em até cinco segundos após a perda de sua posse.

"O Brasil tinha obrigação de derrotar a Croácia. É muito mais time. E entrou no jogo da Croácia. A Croácia ficou tocando bola no primeiro tempo e o Brasil não marcou nada. O Brasil assistia a Croácia jogar. No segundo tempo começou a melhorar a partir da entrada do Rodrygo e do Antony, criou uma certa pressão, mas insuficiente", disse.

"Lembra do 'Rec 5'? O 'Rec 5' causou o gol da Croácia. Primeiro que o Fred não tinha que estar lá na frente. Mas tudo bem, chegou, perdeu a bola, volta. Faltam quatro minutos para acabar o jogo. Não, o Fred resolveu ir pressionar na linha de fundo, tentando fazer o tal do maldito 'Rec 5'. Veio o contra-ataque, o time todo avançado. É o que o Neymar diz no vídeo", disse.

Tite foi covarde, diz Casão

A postura do técnico Tite, que deixou o gramado assim que acabou a disputa de penaltis, foi muito criticada por Walter Casagrande Jr..

"Isso é inadmissível para um líder, que é o treinador", disse Casão. "É inadmissível para um jogador olhar, depois de uma derrota dessa, todo mundo caído no chão, e você olhar para o seu líder e o cara te abandonou. É abandonar. Não é ir embora, 'eu sempre faço isso'. É abandono. É falta de acolhimento".

"Ele não só foi ruim, não só foi péssimo treinador, como ele foi péssimo como gestor, que ele sempre fala. Onde estava a relação emocional dele com os jogadores? Onde foi? Cadê a liderança emocional, a liderança de uma postura de treinador? Onde ele foi? Foi para o vestiário. Foi covarde. Não acolheu seus jogadores. Deixou os caras largados no campo. Foi covarde", completou

O ciclo foi bom?

Na hora de debater o ciclo da seleção sob o comando de Tite, que deixa o cargo após esta eliminação, o clima esquentou entre Casão, Rafael Oliveira e RMP.

"Eu acho que foi ruim. Até porque o ciclo sozinho não é nada. O ciclo é uma preparação para a Copa. E o ciclo foi ruim, porque o resultado foi ruim", disse RMP, sendo questionado se não era "resultadismo" por Rafael Oliveira.

"É resultadismo, pois futebol é resultadismo. Me desculpem. Futebol é resultado. E os resultados do Brasil nas Copas do Tite foram ruins. Ambos caindo nas quartas de final, e nenhuma das duas Copas jogou um futebol encantador, um futebol de Brasil. E o ciclo do Tite melhorou no final porque surgiram jogadores com os quais ele nem esperava. Ele resistiu uma barbaridade para convocar o Vinícius Jr.. Outra barbaridade para colocar de titular", disse. "O ciclo é para a Copa. Ninguém joga para ganhar no ciclo".l.

"Se a gente for avaliar um trabalho, tem que ser avaliado por mais do que um resultado em um mês, que define quatro anos, muitas vezes. Só que a gente joga muito para o aleatório. É o mesmo que falar 'tanto faz chegar bem ou mal preparado, porque o que vai importar é o resultado no final'. E é evidente que uma melhor preparação, que vem de um bom ciclo, vai te deixar numa condição melhor para, teoricamente, fazer uma melhor Copa. Você pode fazer ou não fazer, como o Brasil não fez. Mas eu não consigo separar completamente o ciclo para falar que o que vale é só o mês da Copa e pronto", rebateu Rafael.

"Eu concordo com você (Rafael) de ciclo, e concordo um pouco com o Renato de resultado. É decepcionante duas Copas do Mundo ser um lixo como foi, como futebol. Mas também acho que tem um ciclo. Tem alguns momentos que foram legais. Foi muito menos do que foi legal. Jogamos quatro anos com Peru, Venezuela, Argentina, Uruguai, Equador, toda hora, os mesmos adversários e a gente ficou valorizando muito isso", disse Casão.

Seleção superestimada

Apontada como uma das favoritas e muito elogiada, a seleção brasileira ficou pelo caminho mais uma vez, igualando o maior jejum brasileiro em Copas. Para RMP, o time brasileiro pode ter sido considerado melhor do que realmente era.

"Eu acho que em vários momentos durante o ciclo se achou que essa seleção era mais do que ela foi. Eu acho que o Tite nunca conseguiu tirar desse time todo o potencial que ele tem, e que veio caindo no colo dele. A turma do ataque, os garotos das pontas, vieram caindo no colo dele e ele foi acabando tendo que se render a essa turma. Mas no fundo no fundo, o esquema e o futebol que o Brasil jogou na Copa nunca foi o predileto do Tite", disse.

Um "mister" na seleção?

O novo técnico da seleção passa a ser um assunto bastante discutido. Renato Maurício Prado disse que prefere ter um treinador estrangeiro e não escondeu o fato de ter um preferido.

"Eu acho que o Abel (Ferreira) seria um excelente nome, não sei se ele vai aceitar. Ele já deu entrevista dizendo que a seleção dele é verde, é o Palmeiras, e não sei se ele tem cabeça para treinar a seleção de tempos em tempos. Mas seria ele ou o Jorge Jesus. E o Jorge Jesus me disse aqui no Rio que é um sonho dele dirigir a seleção brasileira. E parece que já está dizendo lá no Fenerbahce que se a seleção chamar ele larga o Fenerbahce", disse RMP.

"Eu gostaria do mister aqui, hein? Mas acho também que o Abel seria uma excelente solução. Só não pode é voltar a pensar, com todo o respeito aos nomes que vou falar, mas não pode voltar a pensar em Cuca, Mano, sei lá eu mais quem. Nós não temos um treinador brasileiro de ponta neste momento. A gente tem que ter a humildade de buscar um estrangeiro", disse.

Daniel Alves teve qual função?

Após a queda, muitas decisões de Tite foram questionadas. Criticada antes da Copa, a convocação de Daniel Alves voltou a ser debatida e considerada uma "afronta a todos os laterais direitos que jogam no Brasil", segundo RMP. Casão questionou se o papel dele era apenas de líder ou humorista.

"Em relação à lateral direita, tudo bem, ele testou o Emerson Royal, o Ibañez, ele colocou o Militão, mas ele trouxe o Daniel Alves para quê? Pra bater pandeiro mesmo? E para fingir que estava jogando ouro na carne? Qual foi o papel do Daniel Alves nesta seleção? Não me venham dizer que ele é importante no vestiário", disse Casão.

Voltando para casa

O repórter Danilo Lavieri, que acompanhou a seleção brasileira em sua trajetória no Qatar, falou sobre os bastidores da eliminação e a volta para casa.

"Na verdade hoje partiu o avião por volta das 11h30 de Doha, com destino ao Rio de Janeiro, mas o voo para em Londres. Mas o voo não era obrigatório, então quis pôde ir embora já ontem a noite mesmo. Alguns jogadores como Vinicius Junior, Martinelli, Militão, o Alex Sandro, já foram embora já ontem a noite", relatou.

Confira o programa na íntegra