Classificação e Jogos
Além das danças nas comemorações de gol, outra marca dos jogadores da seleção brasileira na Copa do Mundo do Qatar foi a variedade de cortes e cores de cabelo. Nomes como Neymar, Richarlison e Rodrygo chamaram a atenção pelo visual "prateado".
No Posse de Bola, os jornalistas Juca Kfouri, Milly Lacombe, Arnaldo Ribeiro e Eduardo Tironi debateram se a atenção dos atletas brasileiros à aparência é um sintoma de falta de foco durante a Copa do Mundo (assista acima).
"Não vejo Modric, Messi, Mbappé, Kane, não vejo nenhum deles com cabelinho de água oxigenada. Acho que às vezes a seleção brasileira tem mais compromisso em ser popstar do que jogador de futebol, cumprir o ofício de jogar futebol. Mas será que isso não é um preconceito e uma coisa não tem nada a ver com a outra?", questionou Juca.
"Quando a gente perde, essas coisas vem forte. É um sintoma de estarmos formando mais celebridades que heróis, mas é uma tendência que temos a dar mais importância às escolhas pessoais do que para o todo. Eu também penso nisso, mas me retraio porque acho que estou moralizando algo que não deveria, é algo da escolha pessoal", opinou Milly.
Tironi completou: "Para mim é como a história da dança, é uma manifestação própria brasileiro, que é um povo que gosta de dançar, colocar brinco, de se vestir, não vejo problema".
Milly: Escolher técnico agora é como redecorar casa que está caindo
Fernando Diniz recebeu o apoio de Ronaldo e de lideranças importantes da seleção brasileira para substituir o técnico Tite, como Neymar, Thiago Silva e Daniel Alves.
Na opinião de Milly Lacombe, porém, é preciso debater o modelo e a cultura de jogo do futebol brasileiro antes de definir quem assumirá a seleção. "O problema antecede a escolha do treinador", disse ela.
Casão: Gosto do trabalho do Diniz, mas não é para seleção
Na opinião de Casagrande, Fernando Diniz não é o nome certo para substituir Tite no comando da seleção brasileira. Embora aprove os trabalhos do treinador do Fluminense, o colunista do UOL afirmou que Diniz ainda não tem currículo para assumir o cargo.
"O Diniz não conclui um trabalho, foi demitido de todos os clubes, fez um ótimo trabalho no Fluminense, mas em oito meses. É a avaliação correta para colocar na seleção? Não acho. Não estou falando que o Diniz não faz bons trabalhos, eu gosto dele, mas não é trabalho ainda para ser treinador da seleção brasileira."
Milly: futebol brasileiro é como jazz, não uma sinfonia
Em relação ao substituto de Tite na seleção brasileira, Milly Lacombe afirmou que, antes de definir um nome, é preciso voltar às raízes do futebol brasileiro.
"Precisamos alargar esse debate de modelo, pensar em cultura. O que somos futebolisticamente é o que somos culturalmente. É a diferença entre uma orquestra sinfônica e uma banda de jazz, não tem uma partitura, a gente é jazz, uma coisa mais intuitiva que os europeus. É uma bateria de escola de samba, é isso que perdemos e precisa voltar, deixar que isso volte a transbordar para o campo."
Arnaldo: Diniz é sedutor, mas precisamos de estrangeiro
Na visão de Arnaldo Ribeiro, o nome de Fernando Diniz é sedutor, mas passou da hora de a seleção brasileira ser comandada por um técnico estrangeiro. Ele lembrou que, hoje, sete times do Brasileirão são comandados por portugueses.
"Jamais imaginei falar em Fernando Diniz na seleção brasileira, mas entendo a ideia porque o Diniz é o técnico diferente entre os brasileiros, uma proposta mais sedutora. O Diniz, com trabalhos sem conquista, tem essa marca. Mas a minha convicção desde 2006 é que precisamos quebrar o tabu de não ter técnico estrangeiro, é preciso uma revolução, uma quebra de método e paradigma."
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