França além de Mbappé é cheia de heróis improváveis
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Eram 17min de primeiro tempo quando Mbappé arrancou pela direita após receber bola de Upamecano. Com todas as suas vias bloqueadas por jogadores ingleses, ele cortou para o meio e deu a bola em Dembele. Na sequência, Tchouameni recebe na entrada da área e chuta, de longe, no canto de Pickford.
A Inglaterra foi o primeiro time da Copa-2022 que soube como parar Mbappé com uma marcação forte de Walker, auxiliado por Henderson e Saka. A estatística da partida das quartas de final mostra o craque francês bem sumido: concluiu uma bola só no gol, esteve entre os que menos deu passes, só quatro arrancadas.
Mas isso não foi suficiente para eliminar a França. Por que o time tricolor encontrou velhas e novas armas para ferir os rivais quando sua principal estrela está muito marcada.
Autor do gol, Tchouameni só passou a ser convocado para a seleção francesa em agosto de 2021, há pouco mais de um ano. Em sua carreira meteórica, saiu do Bordeaux para o Monaco e chegou ao Real Madrid aos 22 anos.
Com a contusão de Kanté, tornou-se titular do time de Deschamps e é destaque da seleção: é o segundo com mais passes do time, só atrás de Upamecano e tem maior número de receptações junto com Rabiot. O volante da Juventus, que estava em má fase em seu time, tem tido bem na Copa.
Para completar o meio-de-campo, há um renovado Griezmann. Jogando mais recuado, tornou-se de fato um armador com função também de marcação. Mas continua a ser o principal responsável por assistências no time francês. É o reponsável pela maior parte dos cruzamentos, incluindo o do gol decisivo do time campeão.
"Eu tentei cadenciar o jogo e na vida é sempre preciso ter fé. Eu saba que teria uma chance a mais. Eu sabia que o Griezmann me daria uma bola, estou feliz", contou o atacante Giroud, logo após o jogo.
Embora recordista de gols pela França, o centroavante é outro herói improvável. Seria reserva na Copa do Qatar-2022 já que o eleito melhor do mundo Benzema deveria ser o titular.
Com a contusão do centroavante do Real Madrid, ganhou chance e vem fazendo uma Copa muito superior à Rússia-2018. Enquanto naquele Mundial não marcou gols, agora tem quatro até agora em cinco jogos. Mais, tem sido efetivo no trabalho de pivô e de abrir espaço.
Há ainda outra "improvisação" que funcionou: o lateral Theo Hernandez ganhou a posição por causa da contusão de seu irmão Lucas, que era o titular. Já deu assistência para gol e tem sido eficaz também defensivamente, embora tenha cometido um erro com pênalti feito diante da Inglaterra. Kane perdeu.
O técnico francês ressaltou como os jogadores têm criado oportunidades nos jogos, independentemente do autor do lance, mesmo contra times fortes como a Inglaterra.
"Nós fomos capazes de criar chances perigosas antes de marcar. Houve uma jogada brilhante de Dembele para Giroud que Pikckford salvou. Nossa qualidade não foi o bastante para vencer, mas tivemos um pouco de sorte", analisou Deschamps.
Em um quadro final, a França teve talvez tantos problemas de contusões quanto o Brasil. A diferença é que isso abriu espaço para o surgimento de novos protagonistas que entregam futebol no Qatar. Um time tão forte quanto era previsto, com elementos imprevistos.
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