'Não é justo Kane ficar como responsável', analisa Casagrande

Harry Kane ficou marcado como um dos grandes vilões da eliminação da Inglaterra para a França, por 2 a 1, nas quartas de final da Copa do Mundo 2022. O astro do Tottenham teve a chance de empatar a partida em um pênalti, mas perdeu a cobrança. O colunista Walter Casagrande Jr. analisa que o atacante "deu azar" e que "não deve ficar responsável" pela derrota, comparando com o ex-meia Zico, que passou por situação semelhante no Mundial de 1986.

Diretamente do Qatar, Casagrande comenta no UOL News Copa neste domingo (11), programa transmitido diariamente a partir das 9 da manhã, ao lado de Renato Maurício Prado, Rafael Oliveira e Domitila Becker.

"O Kane, assim como o Zico em 86, não pode pegar essa bomba na mão. A questão do pênalti, teve sim, sem dúvidas, a influencia psicológica de já ter batido antes contra um goleiro do seu time. Depois ele deu azar de ter um segundo pênalti, que nem ele mesmo esperava. Ele pensou 'onde vou bater? Esse cara me conhece. Eu já bati do meu jeito, deu certo, mas ele vai saber, será que ele vai pegar? Vou tentar fazer outra coisa'. Acontece que nem ele mesmo (Kane) sabia o que fazer. Ele não definiu na cabeça antes", explica Casão.

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"Não é justo o Kane ficar como responsável [pela eliminação]", acrescenta.

Diferenças entre Inglaterra e Brasil

Casagrande apontou uma diferença na relação entre os jogadores da Inglaterra e seus respectivos torcedores. O comentarista comparou com a situação dos atletas brasileiros, que, em sua maioria, atuam em ligas da Europa.

"O relacionamento dos jogadores ingleses com a torcida é muito próximo. Os jogadores daqui, por exemplo, estão todos fora há muito tempo. A torcida e a imprensa brasileira não se identificam com quase nenhum jogador. A gente só encontra esses caras quando tem jogo da seleção brasileira. Os jogadores não têm uma intimidade com a imprensa. Essa distância implica numa análise mais crítica", diz o ex-atacante.

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Organização causa anti-clímax na Copa do Mundo

As músicas altas colocadas após os gols marcados pelas seleções na Copa do Mundo têm irritado Casagrande. No Qatar durante a competição, o comentarista tem acompanhado algumas partidas nos estádios e criticou a forma como a organização tem criado um ambiente ruim no momento que, segundo ele, é de 'ligação' entre jogadores e torcedores.

"Tem uma coisa absurda para quem gosta de futebol como nós... Sai o gol, os caras colocam uma música altíssima, você não ouve a torcida vibrar no estádio, você não consegue nem conversar com a pessoa do lado. Eles não têm a mínima noção do que significa o gol no futebol. O gol significa a ligação da energia entre quem está em campo e quem está fora torcendo. Com uma música dessa, essa ligação energética diminui", disse o comentarista.

E o futuro de CR7?

Convidado no programa, o jornalista português Nuno Vinha, do Jornal Econômico, de Lisboa, deu mais detalhes sobre os prováveis destinos de Cristiano Ronaldo depois da eliminação na Copa. O jornalista indica que o Newcastle, da Premier League, pode entrar na jogada.

"Será que o Al Nassr, que também é o dono do Newcastle, da Inglaterra, vai conseguir fazer um negócio para pagar os salários do Cristiano Ronaldo e mantê-lo emprestado ao Newcastle? Nesse caso, ele vai jogar verdadeiramente na Inglaterra, em um time que quer chegar mais longe na liga inglesa. Mas o Cristiano Ronaldo precisa resolver seu futuro de forma razoavelmente rápida", comentou Nuno.

Há possibilidades de ele voltar ao Sporting, seu clube de formação e de coração, mas os próprios responsáveis disseram que seria uma opção quase impossível do ponto de vista de estrutura e investimento; e que o Ruben Amorim (técnico do Sporting) não está disposto a incluir uma mega estrela em um elenco já formado com suas ideias. Portanto, tem alguma incerteza o futuro dele. A hipótese do Al Nassr não está fora de cogitação, embora ele tenha desmentido", concluiu.

Destaque 'alternativo' da França

O elenco francês é recheado de estrelas, mas tem um nome específico que chama a atenção de Rafael Oliveira. Durante a live, ele comenta sobre a função de Griezmann, e diz que o meia foi um nome de fundamental importância na vitória diante da Inglaterra.

"Acho que o Giroud foi um personagem, mas o grande jogador foi o Griezmann, que faz uma ótima Copa do Mundo. Ele tem sido o jogador que faz essa França funcionar, até pela variação com e sem a bola", diz Rafa, que deixa Giroud — autor do gol da classificação — em segundo plano.

Assista ao programa na íntegra: