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ANÁLISE

Copa: França furou muralha cedo e inverteu papéis em triunfo sobre Marrocos

Griezmann, da França, na partida contra Marrocos na semifinal da Copa do Mundo - Kirill KUDRYAVTSEV / AFP
Griezmann, da França, na partida contra Marrocos na semifinal da Copa do Mundo Imagem: Kirill KUDRYAVTSEV / AFP

Gabriel Carneiro, Igor Siqueira e Rodrigo Mattos

Do UOL em Doha (Qatar)

14/12/2022 18h11

Classificação e Jogos

As discussões anteriores à semifinal da Copa eram em torno de como a França faria para furar a quase intransponível defesa de Marrocos. Esperava-se os franceses com a bola, e os marroquinos lá atrás. Mas o gol bem cedo do time europeu inverteu papéis e transformou a partida.

O time marroquino tinha uma linha de cinco na sua defesa, formação que só utilizava em certos momentos de outros jogos. Era preciso defender os lados como nunca. O que não se repetiu foi a a concentração dos defensores do time africano.

Aos 5min, o zagueiro El Yamaq errou um bote sobre Griezmann em passe feito por Varane. Livre, o meia teve tempo de enfiar a bola para Mbappé que pararia do outro lado para o gol de Theo Hernandez.

A partir daí, Marrocos sempre passou a ter mais a bola do jogo. Transformou-se de um time em torno de 30% de posse em toda a Copa para uma equipe com mais de 50% de domínio. A França se sentiu confortável em recuar e esperar pelo contra-ataque para Mbappé.

E Marrocos foi corajoso inclusive para correr muitos riscos: abandonou a linha de cinco atrás em troca de quatro defensores, com a saída do capitão Saiss por um meia. E lançou-se mostrando bola.

As principais jogadas eram triangulações pelos dois lados, principalmente pela direita. Por ali, Hakimi, Zyech e Ounahi trocavam passes envolvendo a defesa francesa. Foram seguidas bolas cruzadas de forma perigosa em que faltava a conclusão. Apesar de 16 arremates, só três foram no gol.

Ressalte-se que a defesa francesa - mesmo com a troca de Upamecano por Konaté, e de Rabiot por Fofana - tinha uma noite de desempenho sólido. Tornou-se ainda mais segura quando houve uma troca no ataque, saiu Giroud por Thuram, o que reforçou a marcação no seu setor esquerda.

Aí era jogar a bola para as arrancadas de Mbappé. Houve uma, duas até que ele encaixou uma série de dribles para praticamente decidir a partida. Nada fora do normal para quem viu a sua performance brilhante até aqui na Copa

Surpresa mesmo foram os número finais do jogo. Marrocos teve mais arremates (16x10), mais posse de bola (54% a 34%). A França mostrou a sua face de cobra cascavel que espera para dar o bote.