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Roberto Carlos diz que imprensa pode ajudar Neymar a ficar na seleção

Roberto Carlos, ex-lateral da seleção brasileira - Reprodução
Roberto Carlos, ex-lateral da seleção brasileira Imagem: Reprodução

Do UOL, em Doha

15/12/2022 13h58

Classificação e Jogos

O ex-lateral-esquerdo Roberto Carlos entende que a imprensa tem um papel na decisão de Neymar de continuar ou não na seleção brasileira. O argumento é que há um peso muito grande sobre Neymar por causa das críticas. Um ambiente mais calmo poderia fazer o camisa 10 persistir na seleção, segundo ele.

Roberto Carlos contou hoje, durante o Fifa Legends Cup, que fala mais com o pai de Neymar do que com o próprio jogador. Por essa via, não recebeu confirmação de que o craque já tenha decidido ficar ou sair da seleção.

"Ele não falou nada sobre continuar na seleção ou não. Mas aí é com vocês. Se vocês acham que o Neymar tem que estar na seleção, vocês podem ajudar nisso. Eu parei quando ouvi críticas que não me acrescentavam nada. Não é só o ex-jogador que tem que falar. Eu peço que vocês da imprensa ajudem. No momento da derrota, claro, podem criticar. Mas a palavra de ânimo para a gente é muito boa. Eles precisam muito de vocês também. Não querem ficar ouvindo crítica toda hora. Se vocês puderem ajudar, o Neymar fica", disse Roberto Carlos.

Como o UOL Esporte mostrou, Neymar tem recebido uma onda de mensagens de incentivo para permanecer na seleção. Depois do jogo contra a Croácia, o camisa 10 evitou confirmar se seguiria ou abandonaria a seleção no próximo ciclo, pensando na Copa do Mundo de 2026.

A visão de Roberto Carlos sobre o assunto passa pelo fato de já ter sido criticado após uma eliminação do Brasil em Copa do Mundo. Em 2006, a questão foi o ajuste no meião quando o cruzamento de Zidane rumo à área brasileira teve como desfecho o gol de Henry, que tirou o Brasil do Mundial. Assim como em 1998, o algoz foi a França.

Roberto Carlos, com isso tudo, evita uma abordagem mais dura aos jogadores que estiveram no Qatar e foram eliminados nas quartas de final diante da Croácia.

"Eu não sou oportunista para isso, não me formei para me falar mal de ninguém e o meu clube me ensina a ser educado nos momentos mais difíceis na vida de uma pessoa. Apenas falar para esses meninos que estavam aqui que ganhar uma Copa do Mundo não é fácil, eu perdi em 98 e ganhei em 2002. Não é nada fácil, você tem quatro anos para tentar se recuperar", comentou, evitando atribuir a eliminação brasileira ao comportamento dos jogadores fora de campo:

"Mas esse negócio de Instagram e essas coisas não são como na nossa época. Não tinha tanto telefone, tanta mudança de cabelo, coisa extracampo que acaba prejudicando. Eu não me meto na vida de ninguém, sei o que faço da minha vida. Quando jogador, eu procurei ser o mais correto e educado possível com as pessoas, passando mensagem boa para as crianças que querem ser jogadoras de futebol. Cada um tem sua vida, eu cuido da minha".

Roberto Carlos tem contato mais direto com o trio da seleção que defende o Real Madrid, formado por Eder Militão, Vini Jr e Rodrygo.

"Os meninos estão tristes. Não é fácil perder uma Copa do Mundo do jeito que perdemos", resumiu.