Bombeiro de Sampaoli, Scaloni desafia Deschamps, maior técnico desta Copa
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Frente a frente na final da Copa do Mundo no domingo (18), Lionel Scaloni e Didier Deschamps têm trajetórias bem diferentes na carreira como técnico. O francês tem história de peso como jogador, experiências em times grandes como treinador e é o maior técnico, o único que começou o torneio sabendo o que é ser campeão do mundo com seleções. Enquanto o argentino surgiu como um improviso da AFA que acabou se transformando em uma opção acertada até hoje, mas que enfrentou muita resistência no início.
O argentino começou com uma experiência como auxiliar de Jorge Sampaoli no Sevilla, da Espanha, e foi junto com ele para a comissão técnica da seleção. Como em praticamente todo o time em que passa, Sampaoli não teve um bom relacionamento com seus jogadores, e foi Scaloni que assumiu o papel de bombeiro, tentando minimizar os atritos entre o técnico e as estrelas.
Os jogadores daquela seleção começaram a valorizar a postura do então auxiliar, o que fez a AFA decidir por colocá-lo no comando do time sub-20 quando decidiu demitir Sampaoli. A questão é que a federação não encontrava uma alternativa rápida para assumir a equipe profissional e, com a chegada de um amistoso, resolveu colocar Scaloni como técnico tampão.
O trabalho deu tão certo que ele conseguiu interromper um jejum de mais de 20 anos sem conquistar títulos ao ser campeão da Copa América em 2020 no Brasil, derrotando os donos da casa em pleno Maracanã e, agora, aos 44 anos, pode ser o técnico mais novo a conquistar uma Copa desde 1978. Naquele ano, o também argentino César Luis Menotti conquistou o mundo pela Albiceleste.
"Eu até me seguro para não me emocionar. Eu estou em um lugar que todo argentino gostaria de estar e não há nada melhor do que estar em uma final de Copa do Mundo representando esse país que eu sei que gosta tanto de futebol", disse o técnico logo após a vitória por 3 a 0 contra a Croácia.
Como jogador, Scaloni teve sucesso no sub-20, onde foi campeão ao lado de Walter Samuel (que hoje está em sua comissão), Esteban Cambiasso e Riquelme. No profissional, esteve no La Coruña em um dos melhores momentos da história recente do clube, ao lado de brasileiros como Djalminha e Flávio Conceição, e também na Lazio, entre outras equipes de menor expressão da Europa. Ele também chegou a ser convocado para a Argentina, mas não chegou perto do sucesso do seu rival de domingo.
Além de ter sido campeão em 2018 como treinador, ele também já tinha sido campeão como jogador em 1998, na vitória em cima do Brasil, sendo um dos grandes nomes daquele time.
Treinador que está há mais tempo no cargo no atual Mundial, Deschamps já está à frente da França pela sua terceira Copa e agora tenta colocar mais uma estrela em seu currículo. Antes de assumir os Bleus, ele começou a carreira no Monaco logo após pendurar as chuteiras e foi campeão da Copa da Liga Francesa, além de ter sido vice-campeão da Liga dos Campeões em 2004, perdendo para o Porto.
Ele trabalhou na Juventus, onde foi campeão da Série B da Itália e logo saiu, para voltar à França e treinar o Olympique de Marselha, onde voltou a ter títulos importantes e tirar a equipe de um longo jejum que durava desde 1991 ao ser campeão do Francês em 2009. Em 2010 e 2011, ainda foi campeão da Supercopa Francesa e da Copa da Liga.
No domingo, Deschamps pode igualar o recorde de Vittorio Pozzo, que foi bicampeão consecutivo com a Itália em 1934 e 1938. Ou Scaloni entra para a história do futebol argentino ao lado de Menotti e Carlos Bilardo, nomes que ele, por enquanto, não ousa se comparar.
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