Globo coloca jogo 'de lado' para fazer de Galvão o protagonista da final
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A final da Copa do Mundo do Qatar entre Argentina e França ganhou um brilho a mais na TV Globo: a despedida de Galvão Bueno. Em vários momentos, a partida que decidiu a melhor seleção do planeta foi 'deixada de lado' pela emissora para tornar o comunicador de 72 anos o grande protagonista do dia.
Nada mais justo.
O Esporte Espetacular antecedeu a final e a impressão foi de que uma terceira seleção também fazia parte do jogo. Era a seleção Galvão Bueno. O programa mostrou a preparação de ambas as equipes de futebol para a partida decisiva, mas destacou mesmo a história do principal narrador da emissora.
O programa exibiu um vídeo especial relembrando os momentos marcantes de Galvão nas Copas do Mundo e exaltou o grito de "É Tetra". Logo em seguida, Marcelo Adnet entrou no estúdio ao lado de Bárbara Coelho e Tiago Medeiros para imitar o narrador e chamá-lo para participar do programa.
Neste momento, Galvão já falou que se emocionou com a homenagem, comentou sobre a expectativa para sua última narração e confirmou a renovação do contrato com o grupo Globo.
Por um lado tem uma tristeza, porque eu não vou fazer mais o que faço há mais de 40 anos, mas há um sentimento de alegria. Eu estou virando uma página, não estou fechando um livro. Continuo na Globo por mais dois anos, fazendo outras coisas".
O programa dominical acabou e os apresentadores entregaram para Luís Roberto, que comandou a abertura da última transmissão de Galvão. O jogo realmente estava de lado. Uma hora antes de a bola rolar, o narrador fez um aquecimento para a chegada de Galvão ao estádio Lusail e não das seleções.
Após o show de abertura, a Globo exibiu mais um vídeo de retrospectiva, mostrando todas as finais de Copas narradas por Galvão na emissora. Então, com suspense no ar, Luís falou sobre a chegada do colega.
"Contagem regressiva para que Galvão Bueno venha assumir o microfone para sua derradeira despedida. Sua 10ª e última final de Copas do Mundo", disse Luís Roberto.
De repente, Galvão apareceu no gramado do estádio Lusail - algo fora da curva na Copa do Mundo, porque somente comunicadores de França e Argentina poderiam estar lá.
"Quero agradecer muito à Globo e à Fifa pela oportunidade de me colocarem aqui".
Ele estava encantado, se deparou com Messi no aquecimento e virou de costas para a câmera para chamar atenção do principal atleta da Argentina. Galvão de fato merecia sentir tudo o que fosse possível no seu último jogo.
Pouco antes do apito inicial, Luis Roberto anunciou a presença de Galvão na tribuna de imprensa: "Olha Galvão, que prazer te receber. O Galvão já já vai entrar aqui e assumir a transmissão".
Eis que Galvão voltou a aparecer no vídeo.
"Meus amigos do Brasil, queria dizer para o Galvão que ele sabe o legado que ele deixa, é muito mais do que ser a voz. Você significou tudo. Te amo, Galvão, que Deus te ilumine e você faça a melhor transmissão de sua vida", se declarou Luis Roberto.
A partir daí, as atenções se voltaram à partida. Galvão soltou o último "Bem amigos da rede Globo" para iniciar a narração da final entre Argentina e França e deixar o jogo em evidência durante os 90 minutos.
Quis os deuses que Galvão fosse coroado com uma das maiores finais de Copa da história do futebol. Ele gritou gol quatro vezes só no tempo regulamentar, depois mais duas vezes na prorrogação e gastou a voz na disputa de pênaltis. Um jogão digno do tamanho da voz que acompanhou as várias gerações de torcedores brasileiros.
Quando a festa de premiação se encerrou, a Globo retornou às homenagens. Não tinha mais Argentina ou França. Foi somente Galvão Bueno. A emissora exibiu homenagens dos torcedores brasileiros e dos comunicadores do grupo, além de um vídeo com as narrações de Galvão que marcaram a história do esporte no Brasil.
Galvão não resistiu e foi às lagrimas na bonita e justa homenagem. O narrador foi acalentado por Ana Thais Matos e Júnior que, segundo o narrador, representaram todos os amigos que já trabalharam com ele.
Meu maior agradecimento é a vocês: os brasileiros. Foram praticamente quatro gerações até chegar aqui hoje. Eu estou emocionado e até a voz acabou. Estou emocionado porque alguma coisa boa eu fiz se não aqui não estaria. Não agradei todo mundo e tudo bem. Estivemos juntos em muitos momentos: alegrias, tristezas, dramas, mas sempre juntos".
Galvão Bueno.
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