Festa, consagração e despedida: quem sai melhor e quem sai pior da Copa?
Classificação e Jogos
Disputada a cada quatro anos, a Copa do Mundo é capaz de mudar o rumo das carreiras dos maiores jogadores do planeta. Com o fim do Mundial de 2022, o UOL escolheu cinco estrelas que saíram do Qatar maiores do que entraram; e cinco astros que deixaram o torneio em baixa, pelos mais diversos motivos.
QUEM SAI MELHOR
Lionel Messi - 35 anos (Argentina/PSG), campeão - 7 gols, 3 assistências
O nome da Copa do Mundo. Campeão, melhor jogador e líder de uma Argentina que soube renascer na competição após estrear com derrota para a Arábia Saudita.
O craque argentino chegou ao Qatar para seu quinto Mundial e deixou o torneio com a taça que perseguia desde 2006, quebrando pelo caminho o recorde de partidas disputadas na principal competição do futebol mundial, com 26.
A Copa dos sonhos de Messi teve ainda o recorde de gols dele em uma única edição do torneio. Foram 7, dois deles na final, chegando a 13 em Copas do Mundo e superando o número de Pelé (12 gols em quatro participações).
Agora, a grande dúvida é sobre o futuro do camisa 10 em clubes, já que ele mesmo disse que a Copa-22 seria o fim da linha pela seleção. Com contrato no PSG até julho de 2023, ele tem proposta do Inter Miami, equipe de David Beckham na MLS.
Kylian Mbappé - 23 anos (França/PSG), vice-campeão - 8 gols, 2 assistências
O bicampeonato mundial não veio, mas Kylian Mbappé sai da Copa do Mundo maior do que entrou. Com os 8 gols marcados no Qatar, ele foi o artilheiro da competição, e o maior goleador dos últimos 20 anos (Ronaldo também marcou 8 em 2002).
Além disso, o camisa 10 francês estabeleceu marcas históricas após a decisão do título: ele tornou-se apenas o segundo jogador a marcar três gols em uma final, e é o único da história a marcar quatro vezes em decisões. Tudo isso aos 23 anos.
Dono de um contrato com o PSG que faz dele o jogador mais bem pago do mundo, o francês continuará nos holofotes pelas próximas temporadas, e deve chegar à Copa do Mundo de 2026, aos 27 anos, como um dos grandes nomes do futebol mundial.
No próximo torneio, ele terá um objetivo claro pela frente: tornar-se o maior artilheiro da história das Copas. Atualmente, Mbappé tem 12 gols marcados — o líder da estatística é o alemão Miroslav Klose, com 16.
Luka Modric - 37 anos (Croácia/Real Madrid), 3º colocado
Aos 37 anos, o meio-campista croata encerra a Copa do Mundo como personagem de culto entre os amantes do futebol. Se a Bola de Ouro de 2018 foi questionada, o desempenho no Mundial de 2022 não deixou dúvidas de que Modric é um dos grandes craques desta geração.
Com uma atuação de gala contra o Brasil, o veterano ajudou os croatas a irem muito além da maioria das previsões do início do torneio. A jornada da equipe de Zlatko Dalic acabou com um terceiro lugar, e a festa de Modric ao receber sua medalha de bronze virou uma das imagens da Copa do Mundo.
O futuro da carreira de Modric ainda é incerto. Esperava-se que, depois da Copa do Mundo, ele anunciasse a aposentadoria da seleção croata, mas ocorreu o contrário: o meio-campista disse que ainda tem vontade de defender o país e continuará disponível para os próximos jogos.
Emiliano Martínez - 30 anos (Argentina/Aston Villa), campeão
O título argentino na Copa do Mundo só foi possível graças ao goleiro, que defendeu um chute de Kolo Muani no último lance da prorrogação na final e ainda pegou o pênalti cobrado por Kingsley Coman. Com justiça, foi eleito o melhor do torneio na posição.
Hoje unanimidade na Argentina e no Aston Villa, Martínez passou quase uma década na Europa longe do radar da seleção. Entre 2010 e 2020 ele teve contrato com o Arsenal e foi emprestado para seis clubes, tendo poucas chances em parte deles.
"Dibu", como é conhecido pelos argentinos, chegou à Copa considerado o melhor do país na posição na última década, mas sai do Qatar muito maior. Ele entra para a lista de heróis do futebol argentino. Nenhum goleiro jamais foi tão importante para um título do país em Mundiais — nem mesmo os míticos Ubaldo Fillol e Neri Pumpido.
Hakim Ziyech - 29 anos (Marrocos/Chelsea), 4º colocado - 1 gol, 1 assistência
O craque da seleção de Marrocos nem sabia se disputaria a Copa do Mundo três meses antes do torneio. Ele estava encostado no Chelsea e brigado com o técnico bósnio Vahid Halilhodzic.
A troca no comando do time trouxe de volta o camisa 7, que não apenas foi convocado, como tornou-se a referência do time que surpreendeu e encantou o mundo, tornando-se o primeiro selecionado africano a alcançar uma semifinal.
Quarto colocado na Copa com os marroquinos, Ziyech volta a reivindicar o status de três anos atrás, quando brilhou no Ajax semifinalista da Champions League. Nos últimos dias, a imprensa europeia já noticiou que Milan e Tottenham querem contratar o habilidoso ponta-direita.
QUEM SAI PIOR
Cristiano Ronaldo - 37 anos (Portugal/sem clube), quartas de final - 1 gol
Em sua quinta Copa do Mundo, o astro português viveu alguns de seus piores momentos com a seleção. Antes mesmo da viagem ao Qatar, uma entrevista polêmica ao jornalista Piers Morgan colocou o atacante em evidência por suas críticas ao elenco e ao treinador do Manchester United, Eric ten Hag.
Durante a Copa, o clube inglês anunciou o rompimento do contrato com o camisa 7. A temporada sem brilho pelo clube estendeu-se ao longo do Mundial. Substituído durante os três primeiros jogos, ele foi parar no banco de reservas durante o mata-mata e não evitou a derrota para Marrocos nas quartas de final.
O que se viu em campo foi um Ronaldo pouco potente fisicamente, e sem o poder de decisão que exibiu em quase duas décadas de carreira. O único ponto positivo foi o gol de pênalti marcado na estreia, contra Gana, que fez do português o primeiro homem a marcar em cinco Copas do Mundo. Após a final, ainda perdeu terreno na eterna discussão sobre quem é o melhor jogador deste século, com o título de Lionel Messi.
A cena de Ronaldo saindo de campo chorando após a derrota para os marroquinos foi uma das mais marcantes do torneio. Nas próximas semanas, ele deve decidir o seu futuro: a tendência é que saia dos grandes centros europeus e assine um contrato milionário com o Al Nassr, da Arábia Saudita.
Neymar - 30 anos (Brasil/PSG), quartas de final - 2 gols
O desempenho de Neymar na temporada pelo PSG criava a expectativa de que ele, finalmente, poderia brilhar em sua plenitude em uma Copa do Mundo. Depois da lesão nas quartas de final em 2014 e de chegar sem ritmo de jogo a 2018, o Qatar era visto como ponto de virada.
Não foi. E a culpa, de novo, foi de uma lesão. Na reta final da vitória brasileira sobre a Sérvia, Neymar foi atingido no tornozelo direito pelo volante Nemanja Gudelj. A lesão tirou o camisa 10 brasileiro de combate até as oitavas de final.
Na volta, Neymar conseguiu brilhar na goleada contra a Coreia, por 4 a 1. Diante da Croácia, nas quartas de final, ele venceu a limitação física e marcou um golaço na prorrogação, mas acabou não participando da disputa por pênaltis que decretou a eliminação brasileira.
Pela expectativa que havia sobre ele e sobre a seleção, Neymar acaba saindo em baixa da Copa do Mundo sobretudo em comparação com seus dois principais colegas de PSG: Messi foi campeão e craque da Copa, e Mbappé marcou três gols da final e foi o artilheiro da competição.
Em 2026, aos 34 anos, o craque brasileiro terá mais uma chance de buscar o título. Ele ainda não confirmou se continuará na seleção, mas vários companheiros já pediram que ele siga vestindo a amarelinha.
Luis Suárez - 35 anos (Uruguai/Nacional), primeira fase - 1 assistência
A despedida do grande jogador uruguaio dos últimos anos foi melancólica. Sentado no banco de reservas após ser substituído, Luis Suárez chorava ao ver que a vitória do Uruguai contra Gana não bastava para ir às oitavas de final.
A última Copa de Luisito acabou em apenas três jogos, um deles como reserva, sem nenhum gol marcado. Sem ritmo de jogo, o atacante que foi um dos melhores do mundo nas últimas décadas acabou sendo presa fácil para as defesas adversárias.
Nas próximas semanas, Suárez deve decidir o futuro. Após o fim do contrato com o Nacional de Montevidéu, ele tem propostas do Cruz Azul, do México e de equipes dos Estados Unidos.
Kevin De Bruyne - 31 anos (Bélgica/Manchester City), primeira fase
O principal jogador da melhor geração do futebol belga chegou à Copa do Mundo sendo considerado um dos grandes craques dos últimos anos. Maestro do Manchester City de Pep Guardiola, exemplo de meio-campista completo, que ocupa espaços, dá assistências e faz gols.
Mas, no Qatar, viu-se muito pouco de Kevin De Bruyne. Nenhum gol, nenhuma assistência e muitos erros, aliados a um time que não esteve bem culminaram com a eliminação ainda na primeira fase, após uma vitória contra o Canadá, uma derrota para Marrocos e um empate diante da Croácia.
Além do desempenho ruim em campo, De Bruyne ainda envolveu-se em polêmicas com os companheiros de equipe. Em uma entrevista antes da Copa, disse que a seleção belga não venceria o torneio porque estava "velha demais". A frase repercutiu mal no elenco, e foi, segundo a imprensa local, responsável por uma divisão no elenco.
Após a Copa, De Bruyne tentará recuperar o protagonismo no Manchester City. Ele ainda não confirmou se continuará na seleção durante o próximo ciclo.
Karim Benzema - 34 anos (França/Real Madrid), vice-campeão (não jogou)
Melhor jogador do mundo na temporada 2021/22, Benzema era apontado como o grande reforço da seleção francesa na disputa pelo terceiro título. Só que uma lesão às vésperas da estreia fez com que ele fosse descartado pelo técnico Didier Deschamps para a disputa da Copa do Mundo.
O atacante deixou o Qatar e voltou para Madri, mas a recuperação da lesão permitiu que ele voltasse aos treinos e até jogasse um amistoso pelo clube espanhol. A partir de então, alimentaram-se rumores que Deschamps o chamaria de volta para a reta final da Copa, o que nunca aconteceu.
Sem participar da campanha do vice-campeonato, Benzema perdeu aquela que poderia ser sua última chance de conquistar um título — em 2018 ele estava afastado da seleção por problemas extracampo.
Além de perder a chance, ele ainda viu seu substituto, Olivier Giroud, marcar quatro gols na Copa, e assistiu à explosão em Mbappé como um astro ainda maior a nível mundial. Na volta aos jogos oficiais pelo Real Madrid, ele também terá de lutar por uma vaga no time titular: o ataque nos últimos jogos teve Vini Jr., Rodrygo e Federico Valverde.
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