Título de Messi aos 35 anos é exceção num futebol cada vez mais jovem
Classificação e Jogos
A conquista da Copa do Mudo pela Argentina, com protagonismo de Lionel Messi aos 35 anos, vai na contramão do que deve ser o futebol nos próximos anos. A aposta de clubes e seleções é por jogadores cada vez mais jovens, e não faltam exemplos.
O Arsenal, atual líder do Campeonato Inglês, é o time mais jovem de toda a competição (24 anos de média) e tem apenas três jogadores no elenco com mais de 30 anos; somente um deles é titular, o suíço Granit Xhaka. Entre os atacantes, o mais experiente é o brasileiro Gabriel Jesus, 25 anos. Os principais destaques, além de Jesus, são Bukayo Saka (21), Gabriel Martinelli (21) e Martin Odegaard (24).
Na Liga Francesa há uma equipe ainda mais jovem que o Arsenal. O Monaco, que teve 7 jogadores na Copa do Mundo, tem uma média de idade de 23,7 anos. Nos últimos anos, o clube do Principado revelou para o mundo atletas como Kylian Mbappé, artilheiro do Mundial, e Aurélien Tchouaméni, destaque da França vice-campeã.
Campeão da Champions League, o Real Madrid já prepara a linha sucessória do time que dominou a Europa na última década. O meio-campo histórico formado por Kroos, Modric e Casemiro vai se transformando no território de Eduardo Camavinga (20), Tchouaméni (22) e Federico Valverde (24). No ataque, Vini Jr. (22) e Rodrygo (21) terão em 2024 a companhia de Endrick (16), recém-contratado junto ao Palmeiras. Karim Benzema (34), Bola de Ouro da última temporada, já anunciou a aposentadoria da seleção francesa e deve ser o próximo a entrar na "fase de transição" rumo ao futuro.
No futebol de seleções, a tendência também se impõe: a Espanha, uma das mais jovens da Copa do Mundo (26 anos de média), já revelou as atenções para o próximo ciclo: renovar ainda mais. Para isso, o técnico da equipe sub-21, Luis de Fuente, assumiu o comando da equipe principal. O último veterano do título de 2010, Sergio Busquets, anunciou que não jogará mais na seleção.
Portugal também prepara uma renovação com as iminentes saídas de Cristiano Ronaldo (37) e Pepe (39). A nova geração tem como destaques o zagueiro Antonio Silva (18) e o atacante Gonçalo Ramos (21), ambos do Benfica. Outra futura estrela é Rafael Leão (23), que já brilha no sistema ofensivo do Milan.
Depois de duas Copas do Mundo caindo na fase de grupos, a Alemanha também se renova. Em 2026, jovens como Jamal Musiala (19, Bayern) e Youssoufa Moukoko (18, Borussia Dortmund) devem ser os protagonistas de uma seleção com aposta na juventude.
Até a Itália, que não costuma dar oportunidade aos mais jovens, já começou a mudar de mentalidade após ficar fora de dois Mundiais. Em amistosos mais recentes, os veteranos já deram passagem à nova geração: foram chamados o zagueiro Giorgio Sclavini (Atalanta), o meio-campista Fabio Miretti (Juventus) e o atacante Wilfried Gnonto (Leeds United-ING), todos de 19 anos, e o atacante Simone Pafundi, de apenas 16, que nem estreou no time profissional da Udinese.
E o Brasil?
Seja qual for o treinador da seleção brasileira, o próximo ciclo também será de renovação. A exceção deve ser Neymar: aos 30 anos, o camisa 10 ainda não anunciou seu futuro com a amarelinha, mas tem recebido pedidos de outros jogadores para continuar. Ele terá 34 anos na Copa de 2026.
Em outras posições, como a lateral-direita, a renovação será obrigatória. Entre os nomes que surgem com mais força estão Vinicius Tobias (18 anos, Real Madrid) e Vanderson (21, Monaco). O meio-campo também deve ver caras novas nas próximas convocações, como André (21, Fluminense) e Danilo (21, Palmeiras), que foi chamado por Tite, mas não estreou.
No ataque, 2026 já começou em 2022, com Gabriel Martinelli (21 anos), Antony (22), Vini Jr. (22) e Rodrygo (21) ganhando espaço antes e durante a Copa. Os quatro devem se manter e podem ganhar companhia até a Copa, com as chegadas de Endrick (16) e Vitor Roque (17).
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