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Derrota para Bolívia impede Dunga de igualar ano perfeito de Zagallo

Carlos Padeiro<br>Em La Paz (Bolívia)

12/10/2009 07h00

Acostumado a resultados expressivos, como as vitórias sobre os rivais Uruguai, Itália e Argentina, Dunga perdeu a chance de atingir mais uma marca no comando da seleção brasileira. A derrota por 2 a 1 para a Bolívia, no último domingo, impede que o treinador termine o ano de forma invicta.



DUNGA DESAFIA REPÓRTER BOLIVIANO

  • Martin Alipaz/EFE

    "Vamos comigo até o campo dar uns quatro ou cinco piques para você ver a diferença. Aí quero ver se você fará essa pergunta". Foi dessa forma que Dunga reagiu ao ser questionado por um repórter boliviano por que o Brasil não apresentou em La Paz o mesmo futebol das vitórias sobre Argentina e Uruguai.

    O treinador endossou o discurso dos jogadores e culpou a altitude pela má apresentação do time pentacampeão mundial - derrota por 2 a 1 para a Bolívia.

A última vez que o time principal do Brasil completou uma temporada sem derrotas aconteceu em 1996, com Zagallo. Dunga caminhava para igualar o feito, mas seus comandados sucumbiram na altitude de 3.600 metros de La Paz.

"Ninguém gosta de perder, muito menos nós, ainda mais depois do esforço dos jogadores em campo. A gente já sabia as dificuldades que encontraria. Melhoramos no segundo tempo, mas não foi suficiente, e agora temos de pensar no próximo jogo", comentou o treinador.

Depois de Zagallo, outros quatro técnicos assumiram o cargo e não obtiveram um ano perfeito. São eles Vanderlei Luxemburgo, Emerson Leão, Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira.

Em 1996, Zagallo acumulou seis vitórias e três empates - perdeu apenas com a seleção olímpica. Em 95, ele ganhou 14 vezes e empatou quatro.

A equipe de Dunga não era superada desde junho de 2008 - o revés para os bolivianos interrompeu uma série de 19 partidas de invencibilidade, sendo 11 triunfos consecutivos.

"A gente perdeu quando podia perder. Valeu pelos jogadores que tiveram oportunidade hoje, e agora é pensar na Venezuela e tentar terminar essas eliminatórias em primeiro lugar", opinou o goleiro Júlio César.

Os brasileiros atribuíram à altitude o mau desempenho em La Paz. "É difícil jogar futebol em um lugar como esse. Tudo o que você pensa sai o contrário. Você corre, e a recuperação é muito difícil. Acho uma injustiça para os times que jogam aqui porque só prevalece uma equipe", opinou Elano.

O Brasil soma 33 pontos no torneio qualificatório, mesma pontuação do Paraguai, e permanece no topo da tabela pelos critérios de desempate. Na quarta-feira, acontece a última rodada, e o selecionado nacional recebe a Venezuela, a partir das 19h (horário de Brasília), em Campo Grande (MS).