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Com aval de Kassab, rivais paulistas oficializam G4 para lucrar em conjunto

Carlos Padeiro

Em São Paulo

09/12/2009 14h46

Na presença do prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, dirigentes de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo oficializaram, na manhã desta quarta-feira, o G4, grupo que reúne os quatro rivais com cota societária de 25% para cada. O objetivo é criar uma marca em conjunto para investir e faturar em diversos setores, principalmente o de marketing.

Os primeiros contratos firmados de forma oficial foram com a Coca-Cola e a Kaiser - terá duração até dezembro de 2014, porém os valores não foram divulgados. As empresas de bebidas criarão embalagens temáticas dos títulos dos clubes paulistas, além de outras ações, como placas de publicidade nos estádios.

Compareceram ao evento os presidentes Andrés Sanchez, Luiz Gonzaga Belluzzo e Juvenal Juvêncio, além do vice santista Norberto Moreira – Marcelo Teixeira está no Oriente Médio como representante no Mundial de Clubes.

O corintiano Andrés Sanchez tentou dar uma dimensão das quantias que serão arrecadadas. “No país, são sete ou oito clubes que ganham o mesmo o que o G4 vai ganhar. Vocês podem especular entre 8 e 18 milhões [de reais]”, observou. 

O valor do acordo com a multinacional de bebidas giraria em torno de R$ 10 milhões. "O restante são royalties que serão proporcionais a quem vender mais em latas. A cada seis meses, será feito um levantamento de tudo para ir para cada clube", explicou Sanchez.

Ou seja, além do que Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo têm como receita anual individualmente, a partir de agora terão esse acréscimo dos negócios vinculados ao G4.

“Os valores não podemos falar obviamente, é um negócio privado do G4 com a Coca-Cola. Vivemos um momento de mudança de rumos no futebol de São Paulo e espero que seja assim no Brasil também. É uma ação conjunta dos clubes para elevar as receitas”, comentou o palmeirense Belluzzo.

Pelos números apresentados, os quatro times contam, no total, com aproximadamente 57 milhões de torcedores, segundo pesquisa do Ibope. “É uma torcida maior do que a população da Argentina, e um potencial maior ainda comparativamente ao estado de São Paulo e do país. São 90% dos aficcionados do estado”, destacou o são-paulino Juvêncio.

“Se não fosse pelo G4, São Paulo, Corinthians, Santos e Palmeiras não teriam investimento da Coca-Cola. Juntos, hoje todos têm. Começa a aflorar a perspectiva do marketing, que sempre foi amador no país”, completou o mandatário do time do Morumbi.

Kassab demonstrou seu apoio. “Minha presença é porque a cidade de São Paulo abriga três dos quatro times do G4, que conta também com o Santos. Quero parabenizar os presidentes pela ideia conjunta para fortalecer o esporte e a cidadania.” O padre Marcelo Rossi também estava no evento e aprovou o projeto.

A missão está definida como “explorar as sinergias entres os clubes para maximizar as receitas líquidas”. Estão previstas ações para o combate à violência e à pirataria, relacionamento com FPF, CBF e Polícia Militar, política comum de negociação de direitos de imagem e propriedades de arenas etc.