Fora da capital por questões de segurança, a direção do Coritiba fez nesta terça-feira sua primeira manifestação oficial após os tumultos de domingo e se eximiu de culpa em relação aos confrontos causados por torcedores no estádio Couto Pereira.
O clube se diz "vítima" de uma torcida organizada e promete recorrer contra qualquer punição imposta pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) - o estádio foi interditado.
Enfurecidos com o rebaixamento do time após empate com o Fluminense, torcedores invadiram o campo, agrediram policiais e depredaram instalações. O presidente do Coritiba, Jair Cirino dos Santos, candidato à reeleição em disputa marcada para a próxima segunda-feira, afirmou que o clube não pode ser culpado "pelas atitudes de baderneiros travestidos de torcedores".
Pelo menos 18 pessoas foram feridas no confronto, e quatro continuam internadas. O caso mais grave é de Anderson de Moura, 19, ferido na cabeça e sob risco de morte.
Cirino afirmou ter recebido ameaças de membros da organizada Império Alviverde na semana que antecedeu o jogo. "A caixa postal do meu celular serve como prova. Está cheia de ameaças gravadas e por escrito de integrantes da torcida", disse o dirigente.
A Secretaria de Segurança Pública informou que o número de policiais (cerca de 700) era três vezes superior ao efetivo em jogos anteriores.
Para Cirino, a interdição do Couto Pereira pode ser derrubada ou "minimizada" pela defesa que o clube está preparando. O prazo para apresentar a contestação vai até quinta-feira.
O presidente da Império Alviverde, Luiz Fernando Corrêa, defende-se dizendo que "a Império tem mais de 10 mil integrantes, mas 200 invadiram o campo". "Quer dizer agora que toda a torcida é culpada?"
O pronunciamento de terça-feira foi cercado de cuidados com a segurança e só foi anunciado meia hora antes de acontecer. Segundo a direção, a estratégia era evitar que a notícia chegasse aos integrantes da torcida.
O local da entrevista, uma chácara no município de Quatro Barras, a 20 km do estádio Couto Pereira, também ajudou. Na entrada do local, em uma área rural guardada por seis policias militares e outros seguranças, só entravam profissionais credenciados.
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