UOL Esporte Futebol
 
10/01/2010 - 16h54

Federação Africana confirma saída de Togo da Copa Africana de Nações

Das agências internacionais
Em Luanda (Argélia)
  • Ônibus com jogadores do Togo deixa a Copa Africana de Nações dois dias após o atentado

    Ônibus com jogadores do Togo deixa a Copa Africana de Nações dois dias após o atentado

A indefinição sobre a presença da seleção de Togo na Copa Africana de Nações parece ter chegado ao fim. Neste domingo, a Federação Africana confirmou que Togo não participará da competição devido ao ataque terrorista sofrido na última sexta-feira.

“O ônibus se foi [do hotel da concentração] em direção ao aeroporto para repatriar a equipe de Togo e os dois corpos”, declarou a AFP um portavoz da competição.

O veículo, cujas cortinas evitavam ver o seu interior, deixou o quartel general em Cabinda às 19h30 locais com uma grande proteção policial, como constatou um jornalista da AFP.

Togo tinha previsto disputar a sua primeira partida da Copa Africana contra Gana nesta segunda-feira em Cabinda.

O PONTO "A" INDICA O LOCAL DO ATAQUE

 

A possibilidade de saída de Togo da competição já havia sido mencionada pelo atacante Thomas Dossevi que argumentou que, apesar da vontade dos jogadores de entrarem em campo, a equipe iria seguir as ordens do primeiro ministro do país, Gilbert Fossoun Houngbo.

"Se na abertura da Copa Africana uma equipe ou uma pessoa se apresentar como representante do Togo, será uma falsa representação. A equipe tem que voltar hoje", declarou o primeiro-ministro Houngbo neste domingo à imprensa em sua residência de Lomé.

O ônibus da seleção de Togo foi metralhado por um grupo separatista quando ia para Cabinda, em Angola, disputar a Copa Africana. Três pessoas foram mortas e oito ficaram feridas no ataque. Após sinalizar com a desistência, os jogadores decidiram participar da competição para “honrar os mortos”, mas o governo de Togo exigiu de forma taxativa o retorno do grupo.

O ataque foi reivindicado pelo grupo separatista Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (Flec). No entanto, o exército civil da organização enviou um e-mail à agência Associated Press informando que não teria responsabilidade por esse “infeliz episódio”, mas que os organizadores da competição ignoraram os avisos de que a região de Cabinda não deveria sediar jogos.

Já o líder da posição militar da Flec, Rodrigues Mingas, avisou que “as armas vão continuar falando” na região de Cabinda. O militante separatista, que mora em exílio na França, lamentou as mortes, mas culpou a Confederação Africana de Futebol e seu presidente, Issa Hayatou, pelo sucedido.

"Dois meses antes, escrevemos a Issa Hayatou para avisá-lo que estávamos em guerra. Ele não quis levar nossas advertências a sério", acusou. “Os ataques vão continuar, porque o país está em guerra e porque Hayatou é teimoso”, afirmou.

Atualizada às 17h10
 

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