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10/01/2010 - 09h01

Tensão marca ambiente nos bastidores da Copa Africana após ataque

Rodrigo Bueno e Sandro Macedo
Da Folhapress
Em São Paulo

A mais esperada Copa Africana de Nações começa neste domingo em Angola já com o saldo de três mortes. A edição deste ano da principal competição do continente está ameaçada pela violência desde sexta-feira, quando a delegação do Togo foi alvo de emboscada quando seu ônibus entrava em Cabinda, província de Angola que é palco de conflitos separatistas.

No último sábado, foram confirmadas as mortes do chefe de comunicação, Stanislas Ocloo, e do assistente técnico do Togo, Abalo Amelete, baleados no atentado promovido pelas Forças de Libertação do Estado de Cabinda (Flec). Na sexta havia sido anunciada a morte do motorista do ônibus, que foi metralhado.

A equipe do Togo está no Grupo B do torneio, o que mais se aproxima de uma Copa do Mundo no continente africano e joga luzes e dúvidas sobre o torneio pioneiro que a África do Sul irá organizar.

Jogadores do Togo, ainda abalados pelo ataque das Flec, queriam o cancelamento da disputa, assim como clubes ingleses como o Portsmouth, que exigiu da Fifa segurança para seus atletas.

"É muito complicado para nós ver a competição seguir depois desse atentado. Eles [terroristas] estavam armados até os dentes e metralharam o nosso ônibus", diz Thomas Dossevi, jogador do Togo. "Não podemos correr risco com os jogadores", afirmou Phil Brown, técnico do Hull City, da Inglaterra.

A máxima entidade do futebol, que celebra o primeiro Mundial na África, sabe que qualquer problema em Angola respingará na Copa.

A anfitriã Angola enfrenta Mali na abertura da competição, que pela primeira vez é realizada num país cujo idioma oficial é o português.

Algumas das principais estrelas do futebol mundial, e que estarão na Copa do Mundo no meio do ano, desfilarão pelos gramados angolanos a partir deste domingo. Drogba, Essien, Mikel, Eto’o e Yaya Touré são alguns dos craques que compõem seleções integrantes da 27ª edição da tradicional competição africana de seleções, que começou a ser jogada em 1957.

Das seis seleções africanas que estarão no primeiro Mundial realizado no continente, apenas a África do Sul, sede da Copa, não se classificou para a fase final da Copa Africana de Nações. Porém, 23 jogadores inscritos para a competição atuam em clubes sul-africanos - é o quarto país que mais cedeu atletas para o torneio.

Angola, que fica relativamente perto da África do Sul, tentará ser o primeiro país que fala português a alcançar as semifinais da competição - na última edição, foi às quartas.

Diferentemente de outros anos, em que importantes jogadores deixaram de participar da disputa, neste não houve polêmica na liberação dos atletas. Boa parte dos jogadores se apresentou às suas seleções ainda no final de 2009, desfalcando em especial a Europa.

Será a edição de maior visibilidade da história do torneio, que tem como favorita ao título a Costa do Marfim, que está no grupo G na Copa do Mundo, o mesmo de Brasil, Portugal e Coreia do Norte.

Com Drogba, Yaya Touré, Kalou, Eboué, Kolo Touré, Zokora e Dindane, consagrados em ligas europeias, notadamente o badalado Inglês, a equipe marfinesa tem condição de ir à semifinal do Mundial, feito que nenhum país africano conseguiu.

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