UOL Esporte Futebol
 
11/01/2010 - 07h48

Duas pessoas são presas por atentado contra a seleção de Togo em Angola

Das agências internacionais
Em Luanda (ANG)
  • Jogadores de Togo chegam ao aeroporto de Cabinda em Angola

    Jogadores de Togo chegam ao aeroporto de Cabinda em Angola

Duas pessoas foram presas acusadas de planejar e executar atentado contra a seleção de futebol de Togo, que aconteceu na última sexta-feira e deixou três mortos no norte de Angola, de acordo com informações oficiais do país. Antonio Nito, procurador provincial de Cabinda, local do ataque, anunciou “a captura de dois integrantes do grupo da Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda (Flec), que atacou a seleção de Togo”, segundo a agência local ANGOP.

Nito destacou que as prisões aconteceram “no lugar do incidente, na estrada de Massabi que une Angola e República do Congo”, dentro do enclave de Cabinda. A Procuradoria, completou o responsável provincial, abriu, em colaboração com o Departamento Provincial de Investigação Criminal, “um processo para esclarecer os acontecimentos e a responsabilidade dos investigados”.

O ônibus da seleção de Togo foi metralhado por um grupo separatista quando ia para Cabinda, em Angola, disputar a Copa Africana. Após sinalizar com a desistência, os jogadores decidiram participar da competição para “honrar os mortos”, mas o governo de Togo exigiu de forma taxativa o retorno do grupo.

O ataque foi reivindicado pelo grupo separatista Flec. No entanto, o exército civil da organização enviou um e-mail à agência Associated Press informando que não teria responsabilidade por esse “infeliz episódio”, mas que os organizadores da competição ignoraram os avisos de que a região de Cabinda não deveria sediar jogos.

O PONTO "A" INDICA O LOCAL DO ATAQUE

 

Já o líder da posição militar da Flec, Rodrigues Mingas, avisou que “as armas vão continuar falando” na região de Cabinda. O militante separatista, que mora em exílio na França, lamentou as mortes, mas culpou a Confederação Africana de Futebol e seu presidente, Issa Hayatou, pelo sucedido.

Alheio às discussões sobre a autoria do atentado, o governo de Togo pediu a volta imediata dos jogadores da equipe ao país. O avião que transportou os jogadores pousou em Lomé no final deste domingo, depois que "Os Gaviões" abandonaram a disputa da Copa Africana das Nações 2010 (CAN).

A delegação foi recebida pelo primeiro-ministro Gilbert Fossoun Houngbo, membros do governo e dirigentes esportivos, precisou um correspondente da agências de notícias AFP. Togo deveria disputar sua primeira partida da CAN contra Gana, nesta segunda-feira em Cabinda.

O ataque deixou pelo menos três mortos - o treinador assistente da seleção do Togo, Abalo Amelete, e o chefe de imprensa da equipe, Stan Ocloo, além do motorista do ônibus - e vários feridos, entre eles o goleiro reserva Kodjovi Kadja Obilale, que foi levado à África do Sul, onde fez uma cirurgia e está internado. A Copa Africana começou neste domingo e está marcada para terminar no dia 31 de janeiro.

Goleiro se recupera bem após cirurgia

Ainda é cedo para saber se o goleiro reserva da seleção de Togo, Kodjovi Kadja Obilale, poderá voltar a jogar futebol, ainda que a resposta “está em sua cabeça e em seu coração”, disse Kenneth Boffard, que atende o jogador em um hospital de Johannesburgo. Neste momento, a equipe médica é “otimista”, segundo declarações de Boffard durante coletiva de imprensa.

Ainda de acordo com o médico, Obilale, ferido na última sexta-feira por um tiro em atentado em Angola, segue na unidade de cuidados intensivos, “grave, mas estável”, com respiração assistida, além de estar sedado. Somente quando começar a respirar por seus próprios meios, dentro de alguns dias, os médicos poderão fazer algum prognóstico sobre o futuro de Obilale.

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