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Daniel Cassol/UOL Esporte

Goleiro Silvio Luiz rertoma carreira vestindo a camisa do Juventude no RS

11/01/2010 - 06h59

Recuperado de acidente, Silvio Luiz volta e quer crescer junto com o Juventude

Daniel Cassol
Em Caxias do Sul (RS)

Não é apenas com a experiência que Silvio Luiz, 32 anos, espera ajudar o Juventude a fazer uma boa campanha no Gauchão e retornar à Série B no segundo semestre. O goleiro se sente bem, técnica e fisicamente, para defender a meta da equipe gaúcha. “A parte técnica ninguém esquece, mas é preciso estar bem fisicamente. E eu acredito que estou”, afirma o jogador, que sofreu um acidente em junho de 2008 e quase abandonou o futebol.

Nesta entrevista ao UOL Esporte, Silvio Luiz conta detalhes de sua recuperação e diz que sonha em voltar a jogar a Série A do Brasileirão.

  • Daniel Cassol/UOL Esporte

    De volta de acidente, Silvio Luiz rertoma carreira no Juventude, time que caiu nas últimas temporadas

UOL Esporte: Por que a escolha de voltar ao futebol em um time que disputará a Série C?
Silvio Luiz: Vendo por esse lado, o Juventude está na Série C. Mas vendo a história e a estrutura do clube, eu vejo pelo lado profissional. Assim como estou retornando ao futebol, quero ter novamente uma ascensão boa, junto com o clube. Vamos disputar o Gauchão e espero ter um bom desempenho. Lógico que nosso objetivo é o título, mas vamos tentar surpreender todos os times. Depois, dar seqüencia ao trabalho ao longo do ano, na Copa do Brasil e depois na Série C, para buscar o acesso.

Depois do acidente, você chegou a pensar a parar de jogar?
Quando eu sofri o acidente, estava com 30 anos. Não tinha ideia da gravidade da minha lesão. O médico procurou ocultar o máximo, para que eu não tomasse um susto, e fez o trabalho da melhor forma. No meu caso, no primeiro médico que fui depois, ele já chegou falando que talvez eu não voltaria. Fui num segundo médico e ele falou que eu tinha condições sim de jogar. E disse que a recuperação seria lenta, como foi. Mas não tão lenta. O médico deu um prazo de oito meses, mas acabei ficando um ano e meio. Mas foi válido, pois voltei bem.

E como foi a recuperação?
Fiquei dois meses parado, não podia me mexer direito. Eu estava com uma tipóia, não podia mexer. E fiquei praticamente dois meses sem dormir. Sentia muita dor e não podia dormir deitado, tinha que dormir sentado. Então, foram duros estes dois primeiros meses. Depois que comecei a fazer fisioterapia as dores começaram a aliviar. Aí podia dormir na cama, podia apoiar o ombro no colchão. Estes dois primeiros meses após a cirurgia foram muito doídos, mas valeu a pena só em ter prazer de estar no gramado, trabalhando. Jogar futebol era um sonho de criança, infelizmente houve essa fatalidade, mas agora estou retornando, bastante feliz, e espero dar alegria à minha família e meus filhos, que sempre apostaram na minha recuperação e me apoiaram, não fazendo eu desistir. Então, com certeza foi uma vitória minha, mas com apoio da família.

OSMAR LOSS NO COMANDO

  • Daniel Cassol/UOL Esporte

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Nos últimos cinco meses, você fez um trabalho de recuperação mais intenso. Como foi?
Primeiro eu fazia o tratamento. Aí chegou o momento em que fui avaliado pelos médicos que me operaram, que falaram que eu já podia fazer trabalho com bola. O início foi lento, eu caía de joelho. Depois, em duas ou três semanas, eu já estava caindo mesmo com a bola. Aí acendeu a luz verde, para que eu tivesse mesmo esperança e pudesse voltar a jogar. Foi bacana, foram cinco meses de treinamento intenso.

Quer dizer que você não irá contribuir com o Juventude só na experiência, mas na qualidade técnica?
Sem dúvida, até porque de lá para cá não fiz nada, mas na minha cabeça a gente supera. Tudo é superação. Se você colocar na cabeça que vai dar, dá. A parte técnica ninguém esquece, mas é preciso estar bem fisicamente. E eu acredito que estou. Se me pedirem, vou estar apto a ajudar.

Você já estipulou uma idade para parar de jogar?
Hoje em dia, ainda mais os goleiros, o pessoal está esticando um pouco mais. Cuidando-se fora de campo, e dentro de campo se doando ao máximo. Lógico que o reflexo, a agilidade e a velocidade da reação não são as mesmas, mas a gente procura encurtar o caminho, na experiência. Mas vamos aos poucos, dando seqüência no trabalho. Se a fase é boa, tudo ajuda.

O seu objetivo é voltar a disputar a Série A?
Eu quero. Meu objetivo agora é colher frutos aqui no Juventude. E quem sabe não possa ser no próprio Juventude que eu possa estar disputando a Série A. Não descarto esse sonho, estou focado nisso. Pode ser que seja demorado, mas vou tentar fazer de tudo.

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