UOL Esporte Futebol
 
13/01/2010 - 13h16

Clube conseguiu se reeerguer, diz presidente do Brasil de Pelotas

Daniel Cassol
Em Porto Alegre

Não bastasse a tragédia envolvendo o Brasil de Pelotas, o presidente do clube, Hélder Lopes, passou o ano de 2009 às voltas com o tratamento do diabetes, motivo que o levou à mais de uma internação neste ano. Do quarto do hospital, ele falou com o UOL Esporte sobre o ano que marcou a queda e o renascimento da equipe, dona de uma das torcidas mais fiéis do Rio Grande do Sul. “O Brasil caiu no barranco, mas conseguiu se reerguer”, afirma Lopes. Na entrevista, ele fala da decisão de disputar o Gauchão, mesmo com a equipe desorganizada, e fala dos planos de voltar, em 2010, à primeira divisão do estadual e à Série B do Brasileirão.

O Brasil foi rebaixado no Gauchão mas fez boa campanha na Série C. Como fica o balanço de 2009?
Foi um ano atípico, sob todos os aspectos. A parte técnica foi prejudicada, principalmente por tudo que nós passamos. Foi uma tragédia em que a cidade de Pelotas e a comunidade do esporte foram afetadas. Mas o Brasil conseguiu trabalhar com esta tragédia e reverter o quadro, com muita dedicação. Só não conseguimos recuperar as vidas dos nossos amigos, mas o Brasil conseguiu se superar. Foi um clube que caiu em um barranco no dia 15 de janeiro de 2009, mas conseguiu se reerguer e voltar ao cenário esportivo nacional.

Como o senhor recebeu a notícia do acidente no dia?
Foi a primeira viagem da qual não fiz parte, em três anos à frente do clube. Naquela noite em especial, estava em casa, e fui surpreendido pela notícia.

Na época do Campeonato Gaúcho, havia quem defendia que o Brasil jogasse com o time titular em casa e com os reservas fora, para evitar o desgaste dos jogadores e conquistar pontos no estádio Bento Freitas. O senhor acredita que o rebaixamento poderia ter sido evitado?
Depois das obras prontas, aparecem os engenheiros. Nós não conseguimos formar uma equipe, quando mais uma titular e uma reserva. Nós não tínhamos um treinador no mercado brasileiro. O treinador de goleiros, fomos buscar no interior de São Paulo, pois não estava recebendo no seu clube de origem. Não tínhamos essa possibilidade. Claro que após o rebaixamento, surgem as ideias, as opiniões. Mas temos a certeza que tomamos a atitude certa, que era de honrar a camiseta do Brasil e disputar o campeonato gaúcho de frente, sem medo, valorizar a competição e as cores do Brasil. E, acima de tudo, valorizar o torcedor. Em respeito aos atletas que perdemos e aos torcedores, decidimos jogar o Gauchão.

Aumentou a solidariedade do torcedor após a tragédia?
O Brasil tem uma torcida fiel, que está sempre preocupada com o clube. E demos a resposta em campo. Por isso que o torcedor continua apoiando. Sempre tivemos o torcedor ao nosso lado, e a prova disso foi o ano de 2009.

E qual é a meta para 2010?
A meta é conquistar estes dois acessos e consolidar o Brasil como a terceira força do futebol gaúcho. Porque hoje, Brasil, Caxias e Juventude estão no campeonato brasileiro da Série C. Se conseguirmos subir para a Série B, consequentemente nos consolidaremos como a terceira força do futebol gaúcho.

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