UOL Esporte Futebol
 
13/01/2010 - 13h17

Torcida se mobiliza para lembrar um ano da tragédia com Brasil de Pelotas

Daniel Cassol
Em Porto Alegre

Não é dia de jogo, mas milhares de torcedores do Brasil, em Pelotas e em diferentes cidades, sairão às ruas vestindo a camiseta rubro-negra. O motivo: homenagear o preparador de goleiros Giovani Guimarães, o zagueiro Régis Gouveia e o atacante Cláudio Milar, mortos na tragédia com o ônibus da equipe ocorrida há um ano, em 15 de janeiro de 2009.

“Tem uma bandeira permanentemente instalada na minha sacada aqui em Porto Alegre. Está meio desbotada. Talvez eu troque por uma nova”, afirma o consultor técnico Wagner Marroni, 38 anos, morador da capital gaúcha. “Vou vestir a camiseta em sinal de homenagem ao meu time do coração. Mesmo em outra cidade, sei que vamos ser reconhecidos, pois o Brasil tem uma torcida conhecida em todo o país”, diz a jornalista Rebeca Recuero, 26, moradora de Bagé.

A torcida do Brasil se mobilizou nas últimas semanas para pintar a cidade de Pelotas de vermelho e preto. Uma campanha nas emissoras de TV locais também convoca o torcedor para fazer com que o dia 15 de janeiro seja conhecido como “o dia que superamos”, como diz o lema da propaganda.

"É mais um momento de expressarmos o nosso amor pelo Brasil de Pelotas. Vamos sair às ruas para mostrar que temos orgulho de fazer parte do time que superou o dia 15 de janeiro e que se mantém unido”, diz o técnico em automação industrial Luis Frederico Sequeira, 29 anos.

Na madrugada de 15 de janeiro de 2009, o ônibus da delegação do Brasil que voltava de um amistoso em Santa Cruz do Sul caiu em um barranco ao não vencer a curva do viaduto entre a RS-471 com a BR-392, no município de Canguçu, zona sul do Estado. No acidente, nove jogadores e integrantes da comissão técnica ficaram feridos, e três pessoas morreram: o preparador de goleiros Giovani Guimarães, o zagueiro Régis Gouveia, criado nas categorias de base do Brasil, e o atacante uruguaio Cláudio Milar, um dos maiores ídolos da história do clube.

Em dezembro, o Ministério Público de Canguçu denunciou o motorista do ônibus, Wendel Oliveira Vergara, pela prática de três homicídios culposos e nove lesões corporais culposas. Na denúncia, a promotora Camile Balzano de Mattos sustentou que o motorista “trafegava em alta velocidade, muito acima do limite imposto pela sinalização do local, entrando de forma abrupta em curva acentuada e perigosa, caracterizando conduta imprudente”.

O Brasil teve de reorganizar às pressas o time para a estreia no campeonato gaúcho. Sem tempo para preparação e com poucos jogadores para compor o grupo, a equipe acabou sendo rebaixada na competição. “Tomamos a atitude certa. Em respeito aos atletas que perdemos e aos torcedores, decidimos jogar o Gauchão”, afirma o presidente do clube, Hélder Lopes, em entrevista ao UOL Esporte.

A direção espera mobilizar até aqueles que não torcem pelo Brasil para que usem roupas vermelhas e pretas, em homenagem às vítimas. Às 11h de sexta, será realizada uma missa na Catedral São Francisco de Paulo, no centro de Pelotas.

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