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20/03/2010 - 09h03

Capela é furtada no dia em que Corinthians anuncia projeto para ex-detentos

Eduardo Arruda
Da Folhapress
Em São Paulo
  • Os ladrões levaram candelabros, cordões de ouro e até a roupa que vestia a imagem de São Jorge

    Os ladrões levaram candelabros, cordões de ouro e até a roupa que vestia a imagem de São Jorge

No dia em que o Corinthians anunciou convênio com o Conselho Nacional de Justiça para o programa "Começar de Novo", cujo objetivo é a ressocialização de presos, a capela do Parque São Jorge foi furtada. Durante a madrugada de sexta-feira, bandidos fizeram um buraco na parede dos fundos da capela, com saída para a marginal Tietê, invadiram o local e levaram vários objetos de valor, como candelabros, cordões de ouro e até a roupa que vestia a imagem de São Jorge, o padroeiro do clube alvinegro.

A diretoria corintiana ainda não sabe calcular o prejuízo, mas está preocupada com o sistema de segurança de sua sede. "A empresa que faz a segurança será chamada para prestar esclarecimentos. E vamos cobrar dela o prejuízo que tivemos", afirmou o diretor administrativo do Corinthians, André Luiz de Oliveira.

Nesta sexta mesmo, ele já havia mandado fechar a parede destruída pelos ladrões. A capela do Parque São Jorge, construída em 1965, é palco das principais manifestações de fé dos corintianos em momentos difíceis vividos pelo clube ou em decisões de campeonato. O Corinthians realiza missas no local aos domingos.

A empresa que presta o serviço de segurança ao clube é a Atual. Não é a primeira vez que o Corinthians sofre com a ação de bandidos. Em outubro do ano passado, o CT do clube em Itaquera foi invadido por homens armados, que fizeram reféns funcionários e os jogadores das categorias de base.

Na ocasião, foram levados dinheiro, celulares, computadores e uma perua Kombi, que foi utilizada para levar os objetos roubados. Ninguém se feriu no assalto, mas o clube responsabilizou a Atual pelo caso. "Também cobramos isso deles, e eles pagaram", diz Oliveira. Ele deve propor agora a instalação de câmeras de segurança ao redor do Parque São Jorge. A sede social corintiana também já havia sido alvo de outra ação no ano passado.

Bandidos levaram cabos de fibra ótica que eram utilizados na rede de internet do clube, que acabou sofrendo uma pane. Os dirigentes corintianos demonstram preocupação com uma favela que fica próxima ao Parque São Jorge. O novo assalto foi tratado sem alarde no Corinthians. Ainda mais porque nesta sexta o clube anunciou sua inclusão no programa do CNJ.

O acordo será firmado na próxima segunda-feira, no Parque São Jorge, entre o presidente Andres Sanchez e o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que também dirige o CNJ. Pela parceria, o Corinthians deve receber até seis presos para realizarem trabalhos no clube. As atividades ainda não foram definidas pela diretoria.

Segundo o comando do clube, os detentos cumprem pena em regime semiaberto e cometeram delitos "leves". Pelo acordo, o Corinthians também cederá as dependências do clube, às segundas e às terças-feiras, para a prática esportiva por parte de adolescentes infratores, internos da Fundação Casa. Eles serão previamente indicados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e pelo órgão que cuida dos jovens.

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