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25/03/2010 - 14h59

Adriano se sai bem em depoimento, tem 'barra limpa', mas admite amizade com traficante

Raphael Raposo
No Rio de Janeiro
  • Adriano foi convincente em seu depoimento e não deve mais ser convocado pela polícia carioca

    Adriano foi convincente em seu depoimento e não deve mais ser convocado pela polícia carioca

Acusado de presentear com uma moto no valor de R$ 35 mil a mãe de Paulo Rogério de Souza, o Mica [apontado como chefe do tráfico de drogas na Chatuba], Adriano prestou esclarecimentos na 22ª DP da Penha, nesta quinta-feira. O depoimento do atacante serviu para ‘aliviar sua barra’. Segundo o delegado titular da delegacia, Jader Amaral, as explicações do jogador serão muito úteis para a investigação e, inicialmente, não o comprometem. Ele rechaçou a hipótese de associação com o tráfico.

“Inicialmente, estou satisfeito com as declarações do Adriano. Durante o depoimento eu tentei colocá-lo em contradição, mas não consegui”, contou o delegado.

Durante o depoimento, Adriano admitiu ser amigo de infância de Mica, mas afirmou nunca ter prestado qualquer favor ao traficante. O atleta explicou que adquiriu duas motos em 2008, uma vermelha e outra preta. A compra, porém foi efetuada por um amigo, conhecido como Marquinhos, através do cartão de crédito do Imperador.

O mesmo amigo foi o responsável pelo emplacamento das motos. A preta, registrada no nome da mãe do traficante, Marlene Pereira, seria um presente para Marquinhos e a outra serviria para Adriano usar quando estivesse na Vila Cruzeiro, já que lá não é aconselhável transitar de carro.

“As duas foram emplacadas pelo Marquinhos sem autorização do Adriano. Ele não sabia do emplacamento. Vamos comunicar o DETRAN para saber quem assinou os documentos para o emplacamento das motos. Vamos apurar como foi emplacada no nome da Dona Marlene. Se o Adriano não assinou e ela não sabe assinar (é analfabeta), quem assinou?”, indagou o delegado.

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“A questão principal é essa. Queremos saber quem assinou o documento da moto. Mas em relação ao Adriano não tem nada de associação com o tráfico. Ele disse que conhece o Mica, estudaram juntos, mas que nunca o beneficiou”, emendou.

Marquinhos foi interrogado na quarta-feira e, de acordo com Jader Amaral, não passou convicção em suas respostas. Antes homem de confiança, hoje ele não é mais amigo de Adriano. Isso porque Marquinhos vendera a moto vermelha sem autorização do jogador para que pudesse consertar a sua van. Ao tomar conhecimento do fato, o Imperador ficou furioso e cortou o amigo de seu ciclo social.

Durante o depoimento de Marquinhos, que pode responder por apropriação indébita e falsidade ideológica, o nome de Jorge, um despachante morador da Vila Cruzeiro, também foi colocado em questão. Este passa a ser mais um alvo da polícia. Ele deve ser intimado a depor em breve.

“As duas motos têm o nome do Adriano na nota fiscal, pois o cartão dele foi utilizado. Mas só a vermelha (hoje dada como roubada) foi registrada no nome dele. O Marquinhos falou que vendeu a vermelha para comprar peças para sua van”, encerrou o delegado.

A tendência é que Adriano não seja mais ouvido pela polícia. Jader Amaral deixou claro que as explicações do atacante foram convincentes. Contudo, Marquinhos e Jorge seguem na mira da polícia.

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