Atentado em Cabinda vitimou 2 togoleses na Copa
O episódio da exclusão da seleção de Togo da Copa Africana de Nações, realizada no início do ano, ganhou mais um episódio nesta quarta-feira. Em sua primeira declaração oficial após o imbróglio nos bastidores, Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol (AFC, em inglês), defendeu a posição tomada pela entidade após o atentado que deixou três mortos.
“Os jogadores concordaram em ficar. Se eles quisessem sair, poderíamos ser tolerantes. Mas é que os seus líderes pediram a retirada. Não podemos aceitar a interferência política”, disse o dirigente, em entrevista ao jornal francês Le Figaro.
Hayatou também citou os compromissos com patrocinadores e redes de televisão como explicação para a decisão, já que não poderiam postergar ainda mais o retorno de Togo aos campos. Na ocasião, às vésperas da abertura da Copa Africana de Nações, em Angola, o ônibus que transportava Adebayor e companhia foi alvejado por um grupo rebelde separatista de Cabinda, uma das sedes do evento.
No incidente, dois membros da delegação e o motorista do veículo foram mortos, e alguns jogadores se feriram. Dias depois, jogadores e o governo togolês entraram em um impasse sobre a continuidade do time na competição, e o primeiro-ministro do país decretou que o time estava fora.
Diante disso, a AFC decidiu ratificar a exclusão de Togo da Copa Africana deste ano e também das duas próximas edições. “O Comitê Executivo que tomou esta decisão, e está certo. Esta não é a primeira vez que há mortos em uma competição internacional. Houve 17 mortos em Munique, nos Jogos de 1972, e em Vancouver morreu um georgiano”, disse Hayatou, citando o atentado terrorista na Alemanha e o acidente recente nos Jogos de Inverno.
O dirigente ainda explicou que os jogadores ficaram mais expostos que as demais seleções por terem feito o traslado de ônibus. Segundo Hayatou, Togo dispensou o avião fretado que havia sido disponibilizado pela organização.
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