UOL Esporte Futebol
 
10/04/2010 - 07h04

Discurso incoerente e isenção de culpa marcam "era Antônio Carlos"

Luiza Oliveira e Renan Prates
Em São Paulo

TÉCNICO DÁ A SUA VERSÃO

O treinador Antônio Carlos falou sobre a situação ruim do Palmeiras na temporada. Ele argumentou que em toda a sua carreira como jogador e treinador sempre "deu a cara para bater", e não é agora que vai ser diferente.

Antônio Carlos assumiu o Palmeiras em má fase com um discurso confiante e promessa de renovação e novos tempos. Quase dois meses depois, a situação do time piorou e a crise persegue o Palestra Itália. Mas em todo o momento o técnico demonstra que não tem qualquer parcela de responsabilidade no desempenho da equipe.

Com Antônio Carlos no comando, o Palmeiras teve um aproveitamento de 53,8% (somou seis vitórias, quatro derrotas e três empates), se classificou para as oitavas de final da Copa do Brasil, mas acabou eliminado na primeira fase do Campeonato Paulista em 11º lugar, o segundo pior desempenho da história do clube no estadual.

Nesse período, Antônio Carlos adaptou seu discurso aos poucos e nadou conforme a maré para encontrar justificativas a cada resultado negativo. Em sua chegada, elogiou o elenco e disse que brigaria por títulos. Hoje, contesta as contratações da "era Muricy Ramalho" e se exime de qualquer culpa dizendo que não fez parte do planejamento para a temporada. 

AS CONTRADIÇÕES DE ANTÔNIO CARLOS NO COMANDO DO PALMEIRAS

ANTÔNIO CARLOS CHEGA ESPERANÇOSO AO PALMEIRAS E ELOGIA TIME (19/02)

Após deixar uma boa lembrança para a torcida como jogador, Antônio Carlos voltou ao Palmeiras confiante para fazer um bom trabalho. Logo na chegada,  ignorou os problemas recentes pela queda de produção da equipe no final do Brasileiro e a má campanha no Paulista. Foi taxativo ao dizer que o time era bom e tinha condições de brigar por títulos.Relembre
APÓS DERROTAS, TÉCNICO CULPA FALTA DE TEMPO (04/03)

Menos de 15 dias depois, Antônio Carlos começou a sentir a pressão de dirigir um clube grande. Com duas derrotas seguidas, diante de Rio Claro e Santo André pelo Paulistão, o técnico já começou a mudar o discurso e atribuiu a oscilação à falta de tempo para trabalhar. Relembre
ZAGO DEFENDE BELLUZZO E RESSALTA FALTA DE TEMPO (27/03)

Os resultados insistiam em não aparecer e a situação ficou ainda mais complicada. A torcida não perdoou e o principal alvo era o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo, que recebeu cartas com conteúdo intimidador e até ameaças de morte. Antônio Carlos saiu em defesa do dirigente e bateu na mesma tecla parta justificar os três novos maus resultados seguidos (derrota para a Ponte e empates Rio Branco e Mirassol): a de que não teve tempo para treinar. Relembre
ANTÔNIO CARLOS CRITICA CONTRATAÇÕES DE MURICY RAMALHO (07/04)

Antônio Carlos mudou a postura e preferiu optar por criticas veladas e constantes ao trabalho de Muricy Ramalho. Mesmo com um aproveitamento inferior ao do antecessor no Campeonato Paulista, ele culpou a má situação do time pelas contratações 'erradas' feitas na reta final de 2009, que o deixaram sem opções táticas para variar a formação da equipe. Relembre
COMANDANTE DIZ QUE NÃO PARTICIPOU DO PLANEJAMENTO (09/04)

Após quase dois meses de trabalho, Antônio Carlos, eliminado do Paulista, prefere lamentar o planejamento feito pela comissão técnica anterior a assumir a responsabilidade pelo fracasso da equipe. Ele disse dar 'graças a Deus' pelo fim do Paulistão e agora visa as próximas competições com a Copa do Brasil como principal foco Relembre

 

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