Mesmo com fracassos, Palmeiras mantém aposta de repatriar veteranos

Rodrigo Farah

Em São Paulo

ÚLTIMOS VETERANOS NO PALESTRA ITÁLIA

Após um início animador, Edmílson teve problemas com lesões e não manteve a boa fase no Palmeiras
Criticado pela torcida, Mozart teve uma passagem apagada e acabou voltando para o futebol europeu
Mesmo com um passado de sucesso no clube, Roque Jr. deixou o time após atuar em 7 jogos

Maturidade e anos de vivência no futebol. A contratação do volante Marcos Assunção faz parte de uma antiga política do Palmeiras de apostar em atletas mais velhos, com muita experiência, para ajudar a equipe. Mas se depender do histórico de veteranos que o time buscou recentemente, o novo reforço alviverde encontrará dificuldades para ter sucesso no Palestra Itália.

Só nos últimos anos o Palmeiras repatriou atletas como Roque Júnior, Mozart e Edmílson, todos em estágio avançado na carreira após uma longa temporada no futebol europeu. Nenhum deles, porém, manteve um bom nível de atuação ao longo da permanência, o que resultou em suas dispensas.

Edmílson foi o que teve mais sucesso no retorno ao país. O jogador teve um começo animador na equipe, mas depois sofreu com seguidas lesões e caiu de rendimento. Com isso, acabou liberado para negociar com o Zaragoza, da Espanha.

Roque Júnior, por sua vez, foi contratado no fim de 2008 para ajudar o time na reta final do Brasileiro. O pentacampeão mundial, no entanto, foi dispensado pelo clube após realizar apenas sete partidas. Histórico semelhante ao de Mozart, que saiu do Palmeiras após uma passagem apagada e apenas oito jogos com a camisa alviverde.

Mas o novo contratado palmeirense tem um trunfo que seus antecessores não possuíam. Ao contrário dos três atletas, Marcos Assunção não chega ao Palestra Itália sem estar adaptado ao futebol brasileiro. O jogador teve uma passagem de sucesso pelo Grêmio Prudente no Campeonato Paulista e por isso acabou contratado pela diretoria alviverde.

“O Marcos Assunção foi uma indicação do Antônio Carlos. Ele voltou muito bem ao Brasil e tem suas características próprias, que estavam faltando à equipe, como cobranças de faltas e passes longos. Sem falar que no Paulista mostrou estar em plena forma”, opinou o vice-presidente Gilberto Cipullo ao ser indagado sobre o fracasso recente do Palmeiras na contratação de veteranos.

Ciente das cobranças, o meio-campista de 33 anos admitiu que poderá ser vítima de preconceito pela idade um pouco avançada para os padrões do futebol. Apesar disso, afirmou que cuida muito bem do corpo para amenizar os efeitos da idade o máximo possível.

“Isso é uma realidade. Quando o jogador passa dos 30 anos no futebol, todo mundo acha velho. Mas a partir do momento que ele se cuida, pode jogar por muito mais tempo. Por isso me espelho nos exemplos do Cafu e do Aldair, que se cuidavam e atuaram por muito tempo conquistando títulos. Tento seguir esse mesmo caminho”, ponderou Assunção.