UOL Esporte Futebol
 
05/06/2010 - 12h16

Fossati se diz surpreso com demissão pelo Inter e critica 'guerra' de setores da imprensa

Do UOL Esporte
Em Porto Alegre
  • Fabio Berriel/Freelancer
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    Uma semana após demissão, Fossati convocou coletiva para comentar os motivos de sua saída

Uma semana depois de ser demitido pela direção do Internacional, o técnico Jorge Fossati convocou entrevista coletiva para comentar os motivos de sua saída no clube. Na entrevista, o ex-técnico colorado se disse surpreso com a demissão, lamentou a relação com parte da imprensa e comentou sobre as possibilidades de seu futuro profissional.

“Acho que pelos resultados não pode ser”, disse Fossati, analisando os motivos da demissão. “Foi passado para mim que a prioridade era a Libertadores e hoje estamos na semifinal, ou seja, o objetivo foi atingido. No Estadual, fomos o melhor time brasileiro entre os que estavam na Libertadores”, afirmou o treinador colorado, em entrevista coletiva nesta sexta, em um hotel do centro de Porto Alegre.

Jorge Fossati deixou o Inter na semifinal da Libertadores, mas com três derrotas no Campeonato Brasileiro. Desde o início da temporada, em 33 jogos à frente do Inter, Fossati teve o aproveitamento de 60,6%, com 18 vitórias, seis empates e nove derrotas. Na entrevista, Fossati rebateu as críticas recentes às mudanças de esquema tático e escalação da equipe, dizendo que essa foi uma metodologia de trabalho sua desde a pré-temporada em Bento Gonçalves.

“O que eu falava de tática desde Bento Gonçalves era o mesmo que eu dizia nas internas do Inter. Então, ter essa divergência seria até desconhecer o técnico que contrataram. Quem acha que no futebol só pode se posicionar de uma forma, no mínimo está mostrando uma limitação. O tempo vai dizer se existe esquema mágico e se ele é o mais importante”, disse Fossati. Ele disse que esta sua forma de dirigir uma equipe já deu resultados em times de diferentes países e não atribui as dificuldades a uma eventual diferença cultural com o contexto do futebol brasileiro.

“Se a gente conseguiu entrosar um time uruguaio, argentino, paraguaio, equatoriano, sem falar de um time do Catar, como a gente não vai conseguir entrosar um time brasileiro? Agora, tudo necessita de tempo. Posso ter sido mal interpretado, mas não acho que tenha muito a ver com a questão cultural”, avaliou.

Críticas à "parte da imprensa"

Para o treinador uruguaio, até a derrota para o Vasco há uma semana, não havia desgaste com a direção do Inter. Ele lamentou a demissão em razão dos maus resultados no Brasileirão, uma vez que o objetivo colocado pela direção, de conquistar a Libertadores, estava sendo atendido.

“A minha saída do Inter provoca tristeza, embora estejamos muito tranquilos, até porque o que foi encomendado para a gente foi conseguido. Não foi conseguido tudo, porque não sou eu que vou jogar a semifinal e final. Deixo uma herança para o próximo treinador que tem bastante valor. Estou deixando o clube a quatro jogos de ser campeão da América”, comentou.

Além da surpresa com a demissão, a única crítica feita pelo treinador foi dirigida à “parte da imprensa” que teria desencadeado uma “guerra” contra Fossati, insinuando a existência de interesses por trás das críticas que recebia.

“Acho que dentro da imprensa, por coisas que fiquei sabendo desde que cheguei, teve pessoas que acharam que eu estava declarando guerra para alguém. Porque foi uma guerra comigo, de parte deles, não minha, desde o início. Mas eles saberão quais foram os interesses que eles tinham. Mas este tipo de imprensa para mim não conta, não tem valor nenhum. Simplesmente criticam porque têm alguma adversidade contra a gente, não sei por quê”, criticou.

INTERNACIONAL NO TWITTER

“Fui vítima de ataques simplesmente sem o mínimo de respeito. Não é esse comentarista que depois está no dia-a-dia. Posso não acompanhar, mas notícia ruim alguém vai me comentar. Principalmente quando há comentário mal-intencionado. Não de quem faz o dia-a-dia do Inter”, acrescentou Fossati.

Por fim, o ex-técnico do Inter disse que pretende passar um tempo com a família durante a Copa do Mundo e que não havia aceitado convites para ir à África do Sul porque imaginava estar trabalhando no Inter no período. Fossati revelou que vem recebendo propostas do exterior e sondagens do futebol brasileiro, mas ainda não definirá seu futuro profissional. “Qual vai ser meu futuro? Por enquanto não tenho definido. Graças a Deus, desde sexta tenho recebido muitas ligações, propostas de fora, não do Brasil. Do Brasil, só recebi consultas do que eu pensava fazer. Hoje, a única coisa que estou pensando é curtir minha família. Vou curtir o Mundial, porque eu gosto e também porque é minha obrigação”, finalizou.
 

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