Pato foi definido como titular pelo novo técnico Celso Roth; argentino vê equipe com qualidade
O goleiro Abbondanzieri, 37 anos, foi contratado pelo Inter através de uma indicação direta do antigo comandante Jorge Fossati. Mas depois da saída do uruguaio, o sucessor, Celso Roth, admitiu que Pato segue como titular.
Em entrevista ao jornal Zero Hora, o gringo pede uma nova chance e fala sobre a demissão do homem que lhe contratou. Além de analisar as chances do Internacional na Copa Libertadores desta temporada. Abaixo os principais trechos da conversa do argentino.
Você teve dificuldade de adaptação ao jogo do Brasil?
Pato – Gosto do futebol brasileiro, entendo que posso tentar jogar com mais calma e me adaptar. A minha adaptação à Espanha não foi difícil. Logo no primeiro ano ganhei o Zamora [troféu de menos vazado]. Aqui também não foi complicado, mas tem a forma de jogar no Brasil, e parece que o goleiro não pode sair tanto. Se o treinador fala “Abbondanzieri, fica aqui”, tudo bem, eu fico, mas gosto de jogar e ficar atento ao jogo. Não posso mudar. Não estava de acordo em sair do time neste momento [Abbondanzieri foi afastado depois da derrota de 3 a 2 para o Vasco, no Rio de Janeiro], mas sou muito respeitoso.
Mas após o recesso da Copa, você espera voltar ao time?
Pato – Isso depende do treinador. Se não posso jogar tenho que estar com o time. Não posso ficar com cara de quem está chateado o todo o tempo. Tenho que seguir trabalhando, todos os jogadores são importantes, não só o Abbondanzieri.
Você mudou as suas características no Inter?
Pato – Não mudei muito. Disse que não estava de acordo com a minha saída. Não entendo muito, mas dizem que eu estava saindo muito [do gol].
Quais as chances do Inter na Libertadores?
Com a saída de Jorge Fossati e a chegada de Celso Roth, os treinamentos físicos voltaram a ocorrer, já que no momento anterior, a comissão técnica optava sempre pela presença da bola. E não ficaram somente aí as mudanças.
Esquema tático, metodologia e cobrança também foram alteradas no Beira Rio. Um dos líderes do grupo de jogadores, o centroavante Alecsandro comemorou o "método brasileiro" imposto por Celso Roth e a nova oportunidade no time.
Pato – Passamos por jogos muito difíceis contra Banfield e Estudiantes. Times argentinos sempre são complicados. E o Inter fez algo muito importante. Passou pelos dois sem sofrer gols em casa. Isso é fundamental. Sobraram os quatro melhores. É difícil saber o que acontecerá contra o São Paulo. Temos 50% de chances, mas acredito muito na equipe por termos passado por dois times fortes da Argentina.
É possível comparar esta Libertadores com alguma outra?
Pato – O Boca jogava de outra maneira. O Inter tem muitos jogadores que jogam bem com a bola. O Boca era mais prático, tinha um jogo mais simples. O Boca sempre foi um time muito difícil de ser batido na Libertadores. Vejo o Inter assim também.
O que mudou com a chegada de Celso Roth?
Pato – Há coisas a melhorar. O novo treinador começa a ver o que estava acontecendo com o time. Se o treinador quer trabalhar 10 horas por dia, então vamos trabalhar. Temos que ganhar a Libertadores de qualquer maneira.
Para os estrangeiros foi ruim perder Jorge Fossati?
Pato – Fossati falou comigo para ver se eu podia ajudar o Inter. Fiquei muito contente. Ainda assim, para mim não muda nada. Qualquer treinador quando sai é porque algo os jogadores fizeram mal. Os responsáveis são os jogadores. Sou grato a Fossati e ao Inter por jogar mais uma Libertadores.
Conheça a carreira de mais de 10.000 atletas