UOL Esporte Futebol
 
AP/Victor Caivano/Arquivo

Maradona e Bilardo (d) estiveram juntos na campanha da Argentina na Copa-2010

29/07/2010 - 03h07

Bilardo nega traição, classifica acusações como levianas e ataca Maradona

Das agências internacionais
Em Buenos Aires (Argentina)

Após deixar o comando da seleção argentina, Diego Armando Maradona abriu fogo contra a AFA (Associação de Futebol Argentino) e se disse traído por Carlos Bilardo. Em resposta ao ex-craque em programa de rádio, o técnico campeão do mundo em 1986 negou a traição, classificou as acusações como levianas e atacou duramente o ex-parceiro.

“Me joguei por ele quando o nomeei capitão da seleção [na Copa do México-1986], no Boca, no Napoli, no Sevilla”, disse indignado Bilardo. “Cuidado. Eu sou campeão e vice-campeão do mundo. Dizem que eu dependia de Maradona. Por favor! Ele dependia de mim e de um grupo de jogadores e todos juntos ganhamos o Mundial. Até o México-1986 não havia ganhado nada. Pintava como craque, mas eu o defendi e o banquei até a morte”, disse.

As declarações de Bilardo foram para o ar no programa que ele conduz na rádio La Rede, de Buenos Aires, que foi dedicado a responder as acusações feitas por Maradona nesta quarta-feira. O ex-técnico disse ainda que convocará uma entrevista coletiva na próxima segunda ou terça-feira para dar sua versão dos fatos. “Não quero que seja na sede da AFA porque minha intenção é desvincular a entidade desta questão.”

Na última terça-feira, o Comitê Executivo da AFA decidiu de forma unânime não renovar o contrato com o ex-camisa 10 da seleção argentina. Com isso, Maradona comandou a Argentina pela última vez na derrota por 4 a 0 para a Alemanha, pelas quartas de final do Copa do Mundo.

Um dia após a confirmação de sua saída, Maradona disparou: “Bilardo me traiu. Enquanto eu estava de luto ele tramava nas sombras”. A história ganhou dimensões ainda maiores. O presidente da AFA, Julio Grondona, negou que tenha iludido e mentido para o ex-técnico, que acabou recebendo o apoio da presidente argentina Cristina Kirchner.

No programa, Bilardo foi além e ameaçou contar histórias secretas e internas de Maradona. “Amigos dele, inclusive, me disseram que deveria falar, se não eu seria um imbecil. Mas eu engoli tudo. Nunca falei com os jogadores com medo que eles deixassem a seleção”, disse o coordenador da seleção na ‘era Maradona’.

“Mas agora não vou mais me calar. Vou contar tudo e vou bancar as consequências: que me chamem de marica ou digam que saí com 20 mil mulheres. Tudo porque eu estava quieto, mas não adormecido”, completou.

Bilardo ainda classificou como levianas as acusações de Maradona. No entanto, após o duro ataque ele amenizou o tom das críticas. “Defendi e defendo Maradona, com quem tenho amizade de muitos anos. E estou seguro que ele não é culpado. O problema é as pessoas que o cercam, os parasitas que o rodeiam.”

Placar UOL no iPhone

Hospedagem: UOL Host