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AFP

Anelka criticou Domenech por cena no fim do jogo contra a África do Sul

05/08/2010 - 09h46

"Domenech deveria se envergonhar por não cumprimentar Parreira", diz Anelka

Das agências internacionais
Em Paris (França)

Nicolas Anelka foi um dos protagonistas do fiasco francês na Copa do Mundo, quando a seleção foi eliminada ainda na primeira fase e viveu grave crise interna. O atacante foi excluído da seleção após discutir com o então treinador Raymond Domenech no intervalo da partida contra o México. O episódio motivou a “greve” que os atletas fizeram em seguida, recusando-se a treinar. Em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal France Soir, Anelka revelou detalhes da polêmica conversa e disse que Domenech deveria se envergonhar pela recusa em cumprimentar Carlos Alberto Parreira.

FIASCO FRANCÊS NA ÁFRICA DO SUL

  • Discussão entre Domenech e Anelka no vestiário
    se tornou manchete do L'Équipe e aumentou crise

“O técnico, e não os jogadores, deve se envergonhar após se recusar, na frente do mundo inteiro, a cumprimentar o técnico da África do Sul. [Carlos Alberto Parreira]. Eles dizem que não tenho respeito? Eu não respeito camicases. Se ele queria se matar, deveria fazer sozinho, e não nos envolver”, criticou, referindo-se à cena ocorrida ao final da partida entre França e África do Sul.

O jogador deu sua versão sobre a discussão com o treinador. “Todos querem saber. Decepcionarei muitos que pensaram em ficções de Hitchcock. Para falar a verdade, não foi nada de emocionante. Entramos no vestiário e os jogadores conversaram durante cinco minutos. O técnico [Domenech] chegou e me disse: ‘Nico, já te disse para parar de recuar e continuar na frente’. Eu lhe disse que, se eu seguisse avançado, não tocaria na bola”, disse o jogador.

Anelka relatou que Domenech insistiu no assunto, o que o irritou. “Não escutava mais o que ele me dizia. O técnico conseguiu tirar meu espírito do jogo; foi quando ele me disse ‘então você sai’ e pediu para chamar Gignac para entrar em campo. “Sem problema, faça sua equipe”, respondi, e fiquei resmungando no meu canto coisas que ficarão no segredo do vestiário, mas em momento algum foram as palavras que li no L’Équipe”, explicou.

O atacante se referiu à manchete do jornal francês sobre o episódio. A publicação estampou em sua capa a frase “Vá tomar no..., sujo filho da p...”, que teria sido dita por Anelka após se desentender com Domenech. “Não foi somente difamatório, mas assassino”, criticou o jogador.

Anelka revelou que pensou em deixar a seleção após o amistoso contra a Tunísia, pouco antes da Copa. “Já estava doente por jogar daquela forma, mas três jogadores me pediram para ficar. Continuei, mas não deveria. Meu maior lamento é que não tive chance de jogar na minha melhor posição. Se o técnico queria alguém para jogar dentro da área, não deveria ter me chamado. Ele errou na convocação”, analisou.

Por fim, o atacante ainda espera algo do treinador. “Gostaria de vê-lo confessar ao mundo que não usei aquelas palavras. Desejo que ele tenha a honestidade de dizer isso para a mãe dele também”, completou.

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