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Atila Sbruzzi/Inter

Inter volta às eleições no fim do ano, com 65 mil sócios aptos a votar

26/09/2010 - 07h13

Vitorioso em campo, Inter tenta não chegar dividido em eleição

Daniel Cassol
Em Porto Alegre

Vitorioso na última década, o grupo político que comanda o Internacional desde 2001 tenta não chegar dividido nas eleições deste ano. Nos bastidores, pelo menos três candidatos trabalham para serem candidatos da situação. Publicamente, porém, as lideranças afastam a possibilidade de racha.

  • Alexandre Lops/AI Inter

    Piffero, entre Luigi (e) e Carvalho (d): “Se saírem dois candidatos da situação, um será de oposição"

Entre os movimentos que compõem a atual gestão, três dirigentes trabalham para serem candidatos da situação. Com mais força, despontam o vice-presidente do Inter, Pedro Affatato, do movimento União Colorada, e o assessor do futebol, Giovani Luigi, do Movimento Inter Grande, mesmo grupo do presidente Vitorio Piffero e do vice de futebol, Fernando Carvalho. Corre por fora o 2º vice-presidente do clube, Mário Sérgio Martins.

Nem Luigi, nem Affatato, estariam aceitando saírem da disputa. Para Vitorio Piffero, porém, o que existe é um processo normal de discussão interna. “São conversações normais que estão acontecendo e a situação terá um só candidato. Mas a discussão pode se estender até novembro, que é a data da inscrição das chapas para a eleição dentro do conselho”, afirma.

Pedro Affatato descarta a possibilidade de um racha na situação, mas admite a necessidade de adiantar a escolha para que os ânimos não se exaltem ainda mais. “Acho que as coisas vão se ajeitar. Existem discussões e é em cima disso que vamos construir um nome. Chegamos até onde chegamos unidos, temos que seguir assim”, acredita.

Para evitar que as discussões que deveriam ser internas sigam sendo feitas publicamente, via imprensa, o que poderia prejudicar o ambiente político, Affatato defende que a decisão sobre quem será o candidato da situação saia nos próximos 15 dias. Ele admite que conselheiros do Inter possam estar se exaltando na discussão eleitoral, mas afirma que não existe clima de divisão entre as lideranças políticas. “Entre as lideranças, onde a responsabilidade e a experiência são maiores, as coisas não são desse jeito. Tanto o Fernando Carvalho como o Vitorio Piffero não se posicionaram em relação a nomes. Temos mais compromisso como todo”, avalia.

Divulgação/Inter
Chegamos até onde chegamos unidos, temos que seguir assim

Pedro Affatato, vice-presidente do Inter

Alguém tem que ceder

Piffero e Carvalho, no entanto, querem que Luigi seja o candidato. A questão agora é saber quem irá retirar sua candidatura. Affatato não acredita que a situação entre dividida na eleição, com dois candidatos. Para ele, alguns conselheiros não estariam aceitado que o movimento União Colorada indicasse o presidente, diferente do que aconteceu nas últimas eleições, quando a presidência ficou com o Inter Grande.

O presidente Vitorio Piffero também garante que a situação terá apenas um candidato, mas avisa: se saírem dois, um será de oposição. “A situação terá um candidato. Se saírem dois candidatos da situação, um será de oposição. Porque a situação vai apoiar um candidato”, diz.

Em conversa com jornalistas há uma semana, Fernando Carvalho disse acreditar que Giovani Luigi seria o candidato único e que haveria bom senso entre os demais pré-candidatos. Dirigente ligado ao futebol, Luigi poderia assumir o Inter agora para que Affatato, líder das reformas do Beira-Rio, assumisse a presidência durante a Copa do Mundo em 2014.

Enquanto isso, a oposição espera a definição para decidir se lança candidato. “Ou lançaremos candidatos ou apoiaremos um dos candidatos da situação, arrancando um compromisso por parte deles para que apoiem nosso plano de gestão”, afirma o coordenador do Movimento Convergência Colorada, Guilherme Mallet.

O Convergência reúne cerca de 80 cadeiras no conselho deliberativo e espera discutir seu plano de gestão nas eleições do Inter. “Nosso debate não é contra ninguém, mas a favor do clube”, destaca Mallet. A depender do cenário, o grupo apoiaria um candidato de situação ou lançaria candidato próprio. Sandro Farias, Arthur Caleffi e João Patrício Herrmann são os nomes cotados para serem candidatos pelo Convergência Colorada.

Há dois anos, Vitorio Piffero foi reeleito presidente do Inter com mais de 90% dos votos. O bicampeonato da Libertadores favoreceria nova vitória tranquila da situação, ainda no primeiro turno, quando apenas os conselheiros votam. Mas a indefinição quanto aos nomes e a decisão da oposição podem levar a eleição para segundo turno. O Internacional tem mais de 65 mil sócios aptos a votar.

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