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28/10/2010 - 12h40

"Foi difícil excluir Marcos Senna da seleção espanhola", diz Del Bosque

Das agências internacionais
Em Madri (Espanha)

Vicente del Bosque viveu momentos difíceis ao fazer a transição da seleção espanhola, que acabara de conquistar a Eurocopa-2008, e a equipe que disputaria a Copa do Mundo seguinte. O treinador revelou que uma das decisões mais complicadas foi deixar o volante Marcos Senna fora do grupo que foi à África do Sul e, em seguida, conquistou o inédito título mundial.

“Trouxemos sete ou oito jogadores para injetar sangue novo na equipe. Em alguns casos, eu fiquei chateado, como com Marcos Senna. Possivelmente, ele foi o melhor jogador em Viena [na Eurocopa-2008] e foi difícil excluí-lo”, afirmou o treinador, em entrevista à revista oficial da Uefa.

Del Bosque destacou a força da seleção espanhola em momentos decisivos, contrariando a fama de a equipe “amarelar” em fases importantes das competições das quais participou antes.

“Na fase final de um Mundial, trata-se de tentar estar em forma psíquica e mental durante o período decisivo. Penso ser muito importante construir uma equipe que seja muito consciente das necessidades de evoluir tão bem na defesa como no ataque. Derrotar a Alemanha deu dignidade ao nosso triunfo”, disse Del Bosque. O treinador referiu-se à vitória por 1 a 0 na semifinal, após os alemãs golearem Inglaterra (4 a 1) e Argentina (4 a 0) nas fases anteriores.

Para o treinador, a conquista da Copa elevou o futebol espanhol a um nível jamais alcançado. “Enquanto o Real Madrid já havia conquistado nove vezes a Copa dos Campeões, a seleção nunca havia sido campeã mundial. Por isso, o êxito na África do Sul vai além do esportivo e foi direto ao coração de todo um país”, analisou.

Por fim, Del Bosque traçou seu perfil e citou as características necessárias para ser um bom treinador. “Eu me esforço para ser um chefe simpático. Deve-se estar disposto a escutar e a estabelecer boas relações com os jogadores. Alguns podem ver nisso um sinal de fraqueza, mas não enxergo assim. Se tivesse que me descrever, o que não é uma tarefa fácil, diria que meu estilo fica entre o humanismo e a solidariedade. Ao mesmo tempo, ser amável e positivo. Isto é um jogo, uma diversão, por isso não vejo razão alguma para estar constantemente triste”, completou.

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