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Fadi Al-Assaad/Reuters

Qatar tem projetos ambiciosos de estádios para poder sediar a Copa do Mundo de 2022

15/11/2010 - 07h00

Paixão dos herdeiros faz Qatar atrair Brasil e torneios para almejar Copa-2022

Alexandre Sinato
Em Doha (Qatar)

O Qatar não tem tradição no esporte, muito menos perspectivas de grandes avanços rapidamente. Mas tem dinheiro, muito dinheiro. E graças à paixão pelo esporte de dois dos filhos do emir (título dado a governantes muçulmanos) local, o xeque Hamad Bin Khalifa Al Thani, o país passou a investir pesado em busca de uma meta ambiciosa: receber a Copa do Mundo de 2022.

PREPARATIVOS PARA O AMISTOSO DE 4ª

  • Alexandre Sinato/UOL

    Arredores do Khalifa International Stadium foram decorados para promover jogo Brasil x Argentina

O filho Tamim bin Hamad Al Thani, herdeiro legítimo desde 2003, sempre se dedicou ao esporte, com destaque para o tênis e para o futebol. Ele, inclusive, é membro do Comitê Olímpico Internacional. O irmão Jassem bin Hamad Al Thani prefere o futebol e até se arriscou nos gramados, sendo prejudicado por uma lesão. As carreiras não prosperaram, mas a paixão de ambos pelo esporte continuou.

Nesse contexto, a seleção brasileira apareceu como uma “arma de luxo” para os Al-Thani, a família que manda e desmanda no Qatar há muitas gerações. Como o futebol é o esporte favorito dos cerca de 1,5 milhão de habitantes do país, ter os pentacampeões atuando em seus estádios é mais uma tentativa de provar a capacidade de receber grandes eventos.

O amistoso entre Brasil e Argentina às 15h (de Brasília) desta quarta-feira, no Khalifa International Stadium, em Doha, é mais uma prova disso. O duelo de tanta importância para a era Mano Menezes também é fundamental para os organizadores e para a semana esportiva que a cidade vive.

Nesta segunda-feira, um centro de excelência do esporte abre as portas para um congresso que conta com grandes nomes, como o técnico do Manchester United, Alex Ferguson, o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, o medalhista olímpico Michael Johnson e o brasileiro Carlos Alberto Torres, entre outros.

O amistoso da seleção está inserido na programação do evento, assim como um jogo exibição entre duas lendas do tênis (o sueco Bjorn Borg e o norte-americano John McEnroe) e uma corrida de carros.

A própria seleção já havia atuado no mesmo Khalifa International Stadium em 2009, quando bateu a Inglaterra por 1 a 0. Considerando os dois amistosos, são oito títulos mundiais em campos do Qatar em um ano. Além de o país ter sediado os Jogos Asiáticos de 2006 e ser a próxima sede da Copa da Ásia de futebol, em janeiro de 2011. O Qatar também recebe etapa do circuito feminino de tênis.

Tanto esforço tem um objetivo maior: ser o país da Copa do Mundo de 2022. A decisão sai no início de dezembro. Os organizadores já divulgaram maquetes e projetos pomposos dos estádios que pretendem construir, incluindo uma arena que propicia temperaturas mais amenas para todos os presentes em seu interior.

Mas contar com grandes eventos ajuda a colocar o país na mira dos holofotes do esporte mundial. Principalmente se o evento for justamente o futebol, reunir potências como Brasil e Argentina e astros (dentro e fora de campo) como Ronaldinho e Messi. Uma jogada poderosa dos herdeiros Al Thani.

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