UOL Esporte Futebol
 
AFP/Kazuhiro Nogi

Autor do gol em 2006, Gabiru se diz pouco valorizado, mas torce pelo bicampeonato

02/12/2010 - 07h06

Adriano Gabiru revela mágoa com direção mas promete torcer pelo Inter no Mundial

Daniel Cassol
Em Porto Alegre

Parece estranho, mas Adriano Gabiru mantém uma relação incômoda com o fato de ter marcado o gol mais importante da história do Internacional. “Só lembram de mim neste momento”, reclama. Aos 33 anos, o jogador só pensa em dar prosseguimento à carreira. Do Inter, guarda mágoa com a direção, que o dispensou meses depois de fazer o gol contra o Barcelona que resultou no título mundial de 2006, mas promete ser mais um torcedor do Inter que vai tentar o bicampeonato em Abu Dhabi.

“O problema é que lembram de mim só quando chega este momento. Tenho história no Inter, mas o Inter não teve a capacidade de me dar moral, ter um pouco de respeito por mim”, diz Gabiru, que conversou por telefone com o UOL Esporte.

Adriano Gabiru chegou ao Inter em 2006 ainda com o cartaz da participação na campanha que levou o Atlético-PR ao título do Brasileirão em 2001. No Inter, marcou dois gols na Libertadores mas chegou ao Mundial de Clubes como um jogador contestado pela torcida.

Por isso, parecia improvável que, ao substituir Fernandão na final, Gabiru receberia um passe de Iarley e marcaria o gol do título sobre o Barcelona. Autor do gol mais importante da história do clube, Gabiru não se sentiu valorizado.

“Não tinha mais espaço, não me queriam mais no Inter. Chega um momento que não dá. Que tivessem um pouco de consideração. Saí, fui para a estrada, mas a torcida não tem nada a ver com isso”, afirma o alagoano, que acabou sendo dispensado em maio de 2007 e foi tentar a vida no Figueirense.

"O que vale é o presente"

Daniel Boucinha/Inter
Fica uma mágoa, mas a gente tem que superar. Eu superei. Estou bem, feliz e o importante agora é ficar na torcida pelo Inter

Gabiru diz que queria encerrar a carreira no Inter. “Eu queria, por tudo que fiz. A diretoria poderia ter me segurado, mas o que posso fazer?”, indaga, fazendo questão de não envolver no assunto a torcida colorada. “A torcida vaiou, isso acontece. Depois aplaudiu e o pessoal me respeita”, afirma.

Neste ano, Gabiru foi dispensado pelo Mixto, do Mato Grosso, e ficou oito meses desempregado. Agora, só pensa no novo emprego, no Corinthians Paranaense, e pouco sabe do Inter. “Estou feliz. Estava desempregado e agora vou jogar o Campeonato Paranaense. O que vale é o presente, jogar o ano que vem, isso que é importante”, diz.

Recentemente, o vice-presidente de futebol do Inter, Fernando Carvalho, disse em entrevista que o Beira-Rio está aberto para que Gabiru voltasse, depois de encerrar a carreira de jogador. Seria um representante do Inter em eventos com torcedores. Gabiru não vê a proposta com bons olhos. “Não sei. Quero jogar mais três anos ainda. Eu ouvi ele falando, mas não é a hora de parar. Meu negócio é jogar. Sei que querem que eu volte para o Inter, mas por enquanto não. Teria que pensar”, destaca.

O Internacional volta a disputar o Mundial de Clubes, quatro anos depois do gol de Gabiru. Em Abu Dhabi, o ex-jogador do Inter alerta que é preciso cuidar o primeiro jogo, antes de pensar na Internazionale, mas acredita que o clube gaúcho tem um bom time para conquistar o bi. E garante que vai estar na torcida por isso.

“Fica uma mágoa, mas a gente tem que superar. Eu superei. Estou bem, feliz e o importante agora é ficar na torcida pelo Inter”, conclui o jogador.

Placar UOL no iPhone

Hospedagem: UOL Host