![]() Em 2006, Iarley deu o passe para o gol de Gabiru e segurou o Barcelona no final |
Yokohama, Japão, 16 de dezembro de 2006. No cronômetro, 36 minutos do segundo tempo de Internacional e Barcelona. Iarley domina a bola na intermediária, vence o zagueiro Puyol, carrega a bola até a entrada da área e lança para Adriano Gabiru marcar o gol do título mundial do Inter.
Em 2003, Iarley já havia conquistado o Mundial de Clubes, também em Yokohama, pelo Boca Juniors. Aos 32 anos, era um dos jogadores mais experientes naquele time, e assumiu a função de “amorcegar”, como se diz no Sul, a partida contra o Barcelona nos minutos finais.
Atualmente no Corinthians, o atacante estará de férias em Fortaleza e promete não deixar de acompanhar a participação do Inter no Mundial de Abu Dhabi. “Já estou com duas ou três apostas encaminhadas. Não perco o jogo por nada”, diz Iarley.
Em entrevista ao UOL Esporte, o ex-jogador do Inter acredita que o clube chega mais experiente ao Mundial de Clubes e aposta em título colorado. Como alerta, diz que o time deve controlar a ansiedade da estreia, contra Pachuca ou Mazembe. Em 2006, o Inter levou um susto do Al-Ahly. “Entramos nervosos, com medo de perder e retornar para casa, não chegar à final”, lembra o atacante.
Confira a entrevista com Iarley.
UOL Esporte - Qual é o principal risco da estreia no Mundial?
Iarley - É a ansiedade. É o principal adversário. Foi o que aconteceu com a gente no primeiro jogo. Entramos nervosos, com medo de perder e retornar para casa, não chegar à final. Tudo isso atrapalha. Quando o jogo começa, você libera o nervosismo, vai se controlando. Por isso o time tem que entrar tranquilo. Há jogadores que já passaram por essa situação e têm experiência.
Na minha época, era o início de tudo. A gente estava descobrindo tudo. Tive que passar um pouco de experiência, porque tinha vivido aquilo, no mesmo estádio. Hoje, o Inter sabe o que fazer e esse grupo atual terá mais condições que o time de 2006
UOL Esporte - Em 2006, o Inter respeitou Barcelona e, aos poucos, começou a atacar. Acredita que essa deve ser a estratégia contra a Inter de Milão?
Iarley - Não foi respeito. Foi uma estratégia de jogo. O que importa é o resultado no final. A gente fez uma marcação forte no Ronaldinho Gaúcho, com o Ceará. O Edinho segurou o Deco. Eu fiquei segurando a bola lá na frente, o Pato veio com a velocidade e o Fernandão organizava. Éramos um time consciente, não entramos para nos defendermos. O sistema tático foi estudado a semana inteira, como marcar, armar contra-ataque. Foi uma noite perfeita.
UOL Esporte - Você vê semelhanças entre Barcelona e Internazionale?
Iarley - São muito parecidos. A qualidade é praticamente a mesma. A Inter pode ser mais perigosa no ataque. O Eto’o é muito perigoso, e o perigo maior que o Barcelona tinha era no meio-campo, com o Deco e o Ronaldinho. A zaga do Inter tem que ter mais cuidado com o ataque da Inter. No caso, o Eto’o.
UOL Esporte - O grupo atual do Inter é mais experiente que aquele de 2006?
Iarley - Não só o time, mas o clube é mais experiente. Na minha época, era o início de tudo. A gente estava descobrindo tudo. Eu tive que passar um pouco mais de experiência, porque tinha vivido aquilo, no mesmo estádio. Hoje, o Inter já sabe o que fazer e esse grupo atual terá mais condições que o time de 2006.
UOL Esporte - Abbondanzieri, seu companheiro de título mundial em 2003 pelo Boca, está na reserva. Mesmo assim, ele pode contribuir com a experiência?
Iarley - Claro que o Inter está muito bem servido de goleiros. Mas, independente de não jogar, o Pato vai ser muito importante. É um ambiente que ele conhece muito bem. É um goleiro rodado, experiente. O Inter também tem o Clemer, que pode ajudar. O time chega muito preparado e com jogadores experientes.
UOL Esporte - Você vai acompanhar a partida? Acha que o Inter leva o título?
Iarley - Com certeza. Já estou com duas ou três apostas encaminhadas, com amigos de fora do futebol. Não perco o jogo por nada.
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