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Wallace Teixeira/Photocamera

Fernando Bob (esq) foi o único da base de Xerém que disputou a final do Brasileiro

08/12/2010 - 07h00

Muricy repete São Paulo e ganha Brasileiro após ignorar categorias de base

Do UOL Esporte
No Rio de Janeiro

O técnico Muricy Ramalho usou no Fluminense a mesma fórmula que o levou a três títulos brasileiros pelo São Paulo: o desapego às categorias de base do clube. Do time do Flu que entrou em campo contra o Guarani e conquistou o título nacional, apenas o volante Fernando Bob é formado nas divisões de base. Os outros vieram de fora, jamais passaram por Xerém, uma espécie de “maternidade” tricolor.

ATLETAS DA BASE DE XERÉM

JOGADORES TIME ATUAL
Junior Cesar (São Paulo)
Arouca (Santos)
Wellington Silva (Arsenal-ING)
Fábio (Manchester United-ING)
Rafael (Manchester United-ING)
Carlos Alberto (Vasco)
Roger (Cruzeiro)
Alan (Red Bull Salzburg-AUT)
Marcelo
(Real Madrid)

No tricampeonato brasileiro obtido com o São Paulo, entre 2006 e 2008, Muricy praticamente não usou os jogadores que treinam em Cotia nas divisões de base. O fato, inclusive, provocou mal-estar na diretoria tricolor e foi um dos motivos do descontentamento que resultou na demissão do treinador em 2009.

Após a saída de Muricy, o São Paulo voltou a apostar nas categorias de base. No Campeonato Brasileiro deste ano, a estratégia deu sucesso, pois o time revelou garotos de qualidade como Lucas, Casemiro e Lucas Gaúcho.

Já o Fluminense, ainda em comemoração ao título, não encontra problemas no esquecimento dos meninos de Xerém. Na visão de Bruno Costa, gerente de futebol da base do time carioca, jovens atletas que não estavam em campo tiveram participações fundamentais para a conquista do Brasileirão.

“A conquista de 2010 passa pelos garotos. Maicon, Digão, Dalton e Alan, ao lado de craques como Fred e Conca, mantiveram o Fluminense na elite”, disse o dirigente, lembrando a equipe que salvou o Flu do rebaixamento em 2009. Formados em Xerém, Maicon, Dalton e Alan já deixaram o clube. E Digão, por causa de lesões, disputou apenas quatro jogos no Brasileiro.

Bruno Costa lembrou também da participação de Tartá no Brasileiro. O meia-atacante, que disputou apenas 10 dos 38 jogos do time no campeonato, não atuou na final por estar suspenso.

“O Tartá não disputou a decisão, mas foi ele que sofreu o pênalti contra o Atlético-PR (o Fluminense perdia por 2 a 1) para Conca empatar. Foram dele também os gols da vitória (1 a 0) sobre o Vasco e o da virada (2 a 1) sobre o Palmeiras. Sem a participação dele, talvez estivéssemos fora da briga pelo título.”

O vice-presidente de futebol do Fluminense, Alcides Antunes, também não vê problema no fato de o time campeão ter apenas um jogador nascido nas categorias de base do clube. Ele lembrou de outros meninos de Xerém que estiveram no grupo campeão, como Matheus Carvalho, Dori e Giovani.

“Muricy os trouxe da base e eles passaram a integrar o elenco profissional. Não tínhamos apenas Fernando Bob no grupo. Somos muito mais do um time de 11 jogadores. Nunca chamamos algum time de fora para um jogo-treino. Sempre foi o sub-23 ou júnior para o Muricy Ramalho observá-los”, justificou.

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