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Em seu último dia, presidente do Grêmio lamenta desequilíbrio financeiro

Marinho Saldanha

Em Porto Alegre

15/12/2010 07h04

Duda Kroeff deixa oficialmente o comando do Grêmio nesta quarta-feira. À noite, o Conselho Deliberativo do clube se reúne para Paulo Odone assumir o posto de presidente. No cargo desde dezembro de 2008, Duda se dirigiu aos torcedores em uma "carta aberta" publicada no site oficial do Grêmio. Nela, o mandatário lamenta principalmente o desequilíbrio financeiro gerado pelos altos investimentos de sua gestão, mas comemora resultados dentro e fora de campo.

"Como aspecto negativo, que é mister mencionar, levo a frustração de não haver conseguido equilibrar as contas do clube na medida que gostaria de fazer. As altas despesas do futebol atual, somadas as necessidades de um clube com a grandeza do Grêmio, a exigências de sua torcida na manutenção de um time altamente competitivo, mais receitas que embora em continuo crescimento ainda não são suficientes para cobrir as despesas integrais do clube, nos obrigam ainda a negociar atestados liberatórios para equilibrar nossas contas", escreveu Duda Kroeff.

De fato os investimentos, principalmente na temporada 2010, foram muito altos. O Grêmio contratou jogadores como Borges, Leandro, Hugo e Rodrigo, além de renovar o contrato de Victor - que também gerou um custo elevado. Porém, a consolidação de um grupo competitivo foi comemorada pelo dirigente em sua saída.

"Se é verdade que temos um déficit financeiro a cobrir, também é verdade que deixamos contratado um plantel de alto padrão, com jogadores com presente e/ou futura conveniente valorização de mercado", revelou.

Nos dois anos em que esteve no posto mais alto do Grêmio, Duda Kroeff comemorou somente um título: o Gauchão de 2010. Na Libertadores o clube caiu nas semifinais em 2009, diante do Cruzeiro. Em certames nacionais obteve o 8º lugar no Brasileirão de 2009, o 4º em 2010 e perdeu para o Santos nas semifinais da Copa do Brasil deste ano.

Fora de campo, a gestão que se despede do Grêmio comemora a criação de planos de marketing, como o Exército Tricolor (cadastro de torcedores do clube) e o aumento do quadro social. "Dois anos não são muito, mas são suficientes para que algumas importantes realizações pudessem ser  deixadas como legado para o futuro", concluiu Duda.

A partir desta  noite, Paulo Odone passa, portanto, oficialmente a comandar o Grêmio pelo quinto mandato (esteve no comando em dois mandatos entre 1987 e 1990 e depois mais dois entre 2005 e 2008). As principais bandeiras da nova gestão são: a construção da Arena, que segue ocorrendo, a retomada dos títulos importantes para o clube e atingir a marca de 100 mil sócios.