Topo

Linense espera Pelé na abertura do Paulistão e cobra até R$ 250 por ingresso

Torcida do Linense foi presença marcante no acesso à elite estadual - Divulgação/Linense
Torcida do Linense foi presença marcante no acesso à elite estadual Imagem: Divulgação/Linense

Alexandre Sinato

Em São Paulo

17/12/2010 13h01

Depois de 53 anos longe da elite estadual, o Linense retorna à primeira divisão do Paulistão pensando alto, em todos os sentidos: espera Pelé em sua estreia contra o Santos, cobra até R$ 250 por um ingresso e sonha surpreender entre os melhores times de São Paulo. O clube só não vai poder repetir os desfiles com elefantes que já marcaram sua história em momentos especiais.

ELEFANTES VETADOS POR ZOOLÓGICO

  • Divulgação/Linense

    Um desfile com elefantes em pleno estádio de futebol. A cena parece surreal, mas aconteceu. O Linense tem como mascote o elefante. Seu apelido é Elefante da Noroeste. Por isso, em duas oportunidades, a equipe comemorou feitos no gramado desfilando sobre os animais.

    No ano passado, porém, o clube não pôde festejar o título da Série A-2 com elefantes. “Tentei levar os elefantes no último jogo, mas o pessoal do zoológico de Bauru disse que não podíamos usar elefantes. Mas os desfiles que aconteceram foram engraçados. Foi algo que mexeu com o torcedor”, relembra o presidente Rogério Camara.

O Linense é atual campeão da série A-2 e por isso realizará a partida de abertura contra o Santos, vencedor da A-1. O duelo acontece às 19h30 do dia 15 de janeiro, no estádio Gilbertão, em Lins. A ideia do clube é aproveitar o momento para se promover e cativar a torcida para prestigiar a campanha do time.

Por isso, um personagem especial foi requisitado: o clube convidou ninguém menos que Pelé para a estreia. O rei do futebol é presença constante nos jogos do Santos na Vila Belmiro, mas raramente é visto em outras partidas e outros palcos. “Conhecemos o Pelé num cruzeiro e agora fizemos o convite. Vai depender da agenda dele. Estamos esperançosos”, contou Rogério Camara, presidente do Linense.

Mas para acompanhar a estreia e o restante da campanha do Linense, o torcedor vai precisar mexer bastante no bolso. Nos jogos contra Santos e Corinthians, o preço dos ingressos varia de R$ 80 a R$ 250. O valor mais alto, para o setor das cadeiras, supera até o cobrado pelo Corinthians em seu setor vip (R$ 180).

Nas outras sete partidas em casa, contra equipes menores, os preços vão de R$ 40 a R$ 150. Caro? Sim, mas existe uma razão, segundo o mandatário do Linense. “Colocamos o preço mais alto para forçar o torcedor a comprar o pacotão que fizemos, aí o valor cai bastante.”

PEDRÃO E ALESSANDRO CAMBALHOTA

  • Divulgação/Linense

    O ataque do Linense no Paulistão terá nomes bastante conhecidos no futebol nacional. A equipe manteve o experiente Alessandro Cambalhota (ex-Santos, Vasco, Cruzeiro, entre outros), um dos símbolos do acesso ao lado do também atacante Fausto (confirmado para 2011), e contratou Pedrão, artilheiro nos tempos do então Grêmio Barueri.

    O time de Lins também acertou com reforços como Ediglê, campeão mundial pelo Internacional em 2006, e Paulo Musse, goleiro que já atuou por Vitória, Bahia e Santa Cruz, entre outros.

No pacote citado por Camara, comprando os nove jogos de maneira antecipada, o torcedor pagará R$ 20 (arquibancada geral), R$ 35 (arquibancada coberta) e R$ 133 (cadeira). Os pacotes respectivos custam R$ 180, R$ 320 e R$ 1,2 mil. “Já vendemos três mil pacotes e esperamos vender mais até o começo do Paulistão. A expectativa é que em todo jogo tenhamos pelo menos 6 ou 7 mil pessoas nos apoiando”, projetou o dirigente. O Gilbertão tem capacidade para 15 mil pessoas.

Diante das altas cifras, o Linense promete facilitar o pagamento, incluindo até uma maneira inovadora: seis empresas da cidade descontarão os valores no holerite. A bilheteria ajudará o clube a arcar com os custos de jogar o Paulistão. “Vamos gastar cerca de R$ 3 milhões [incluindo salários], sendo que recebemos R$ 1,4 milhão da federação”, explicou Camara.

O presidente, inclusive, assegura que o Linense não tem dívidas e consegue equilibrar suas finanças. “Somos um dos poucos times do Brasil que não deve fundo de garantia, INSS e não tem nenhuma ação trabalhista. Queremos ser a nova força caipira do interior.”