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Ameaça de nova punição a Jobson não muda planos do Atlético-MG

Jóbson, que tem contrato com o Botafogo até 2015, foi emprestado ao Atlético até o final de 2011 - Bernardo Lacerda/ UOL Esporte
Jóbson, que tem contrato com o Botafogo até 2015, foi emprestado ao Atlético até o final de 2011 Imagem: Bernardo Lacerda/ UOL Esporte

Gustavo Andrade

Em Belo Horizonte

24/12/2010 16h31

Anunciado na quinta-feira como contratação do Atlético-MG para a temporada 2011, o atacante Jobson voltará a ser julgado por doping. Segundo o diretor de futebol do clube mineiro, Eduardo Maluf, o acerto com o jogador que defendia o Botafogo foi feito já com conhecimento da possibilidade de punição ao atleta.

Assim, o Atlético manterá o acerto feito com o Botafogo pelo empréstimo de Jobson por um ano. “Houve caso semelhante com o Dodô e o julgamento do Jobson ainda não tem data. Quando a contratação foi feita, já sabíamos que ele seria julgado novamente”, afirmou Eduardo Maluf ao UOL Esporte.

O atacante assinou contrato com o Atlético até 31 de dezembro de 2011. Eduardo Maluf afirmou que informações sobre cláusulas contratuais que previnam o clube contra atos de indisciplina e a possibilidade de punição por doping serão divulgadas somente na apresentação do jogador, em janeiro.

Jobson enfrentará recurso da Agência Mundial Antidoping (Wada), na Corte Arbitral do Esporte, na Suíça, pela redução de pena do atleta de dois anos para seis meses, em decisão tomada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O novo julgamento ainda não tem data marcada.

O atacante foi pego em exame antidoping na partida em que o Botafogo derrotou o Coritiba por 2 a 0, em 8 de novembro de 2009, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. Ele também teve detectado uso de substância ilegal no triunfo do time carioca por 2 a 1 diante do Palmeiras, em 6 de dezembro daquele ano.

Para a última temporada, Jobson chegou a assinar um pré-contrato com o Cruzeiro, que tinha Eduardo Maluf como diretor de futebol na ocasião. O clube investiria R$ 900 mil para pagar por 20% dos direitos do jogador. Um investidor seria o responsável pelo restante do pagamento da aquisição de 80% dos direitos, num total de R$ 4,5 milhões. Porém, o atacante foi pego em exame antidoping, por uso de drogas, e acabou suspenso por dois anos pelo STJD.

A punição provocou a desistência do Cruzeiro em contratá-lo. Após novo julgamento no STJD, a pena do atleta foi reduzida para seis meses. Durante o Campeonato Brasileiro deste ano, o Botafogo acertou seu retorno e firmou contrato até 2015. Em sua segunda temporada pelo clube carioca, Jobson voltou a se destacar em campo, mas novamente apresentou problema fora das quatro linhas, como faltar a treinos durante o Brasileirão, e foi afastado pelo clube por indisciplina.

Por meio do twitter, o presidente atleticano Alexandre Kalil revelou que conversou com Jobson. “Conversei com ele. É um garoto. Era a chance que ele precisava”, afirmou o dirigente do clube mineiro, que havia usado o microblog para anunciar a contratação do ex-atacante do Botafogo.

Caso Dodô

Citado pelo diretor de futebol do Atlético, Dodô passou por caso semelhante ao de Jobson. Submetido ao exame antidoping após a vitória do Botafogo por 4 a 0 sobre o Vasco, no dia 14 de junho de 2007, ele foi pego pelo uso de femproporex, medicamento de uso controlado da classe das anfetaminas, utilizado no auxílio ao combate da obesidade por ser um inibidor do apetite.

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Em 9 de julho o atacante foi suspenso preventivamente pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva por 120 dias. Em novo julgamento no STJD, Dodô acabou absolvido. A Fifa e a Wada, agência mundial antidoping, comunicaram à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que entrariam com um recurso na Corte Arbitral do Esporte.

O julgamento foi adiado várias vezes até ser dado o veredicto final, no dia 11 de setembro de 2008, quando o atacante foi suspenso por dois anos. Após a punição, Dodô foi contratado pelo Vasco.