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Brum reclama de proteção a Neymar no Santos e se vê como vítima de complô

Do UOL Esporte

Em Santos (SP)

05/01/2011 12h05

Dispensado pelo Santos nesta semana, Roberto Brum reclamou das atitudes da diretoria. O volante se vê como vítima por ter defendido Dorival Júnior no atrito com Neymar, e contou que o elenco recebeu a ameaça de não receber salários caso o jovem fosse barrado da partida contra o Corinthians, como queria Dorival.

SANTOS PROMETE PROCESSAR BRUM

  • "O Santos FC repudia e lamenta as declarações mentirosas e levianas do atleta Roberto Brum reproduzidas por órgãos de imprensa, nesta quarta-feira (5). Nunca existiu qualquer tipo de ameaça, por parte da diretoria, de imputar sanções salariais a atletas caso Neymar não jogasse contra o Corinthians, no dia 22 de setembro de 2010... O Santos FC acionará Roberto Brum na Justiça e exigirá a retratação das inverdades proferidas", cita um trecho do comunicado divulgado pelo clube.

Segundo o volante, as ordens impostas pela direção santista aos jogadores foram dadas por empresários de São Paulo. São os membros do Grupo Guia (Gestão Unificada de Inteligência e Apoio ao Santos), os mesmos responsáveis pela instalação da Teisa (Terceira Estrela Investimentos S.A, que atualmente possuem 5% dos direitos econômicos de Neymar.

“Ameaçaram todo mundo de não ganhar salário se o Neymar não jogasse contra o Corinthians. Só que nem o presidente (Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro), nem o diretor de futebol (Pedro Luiz Nunes Conceição) queriam a demissão. A ordem veio lá de cima, de São Paulo. Ordem acima do presidente. Então está tudo errado”, disparou Brum, em entrevista ao programa "Esporte por Esporte", da TV Santa Cecília.

A demissão de Dorival Júnior aconteceu pelo fato de o treinador barrar Neymar da partida contra o Corinthians. O treinador tinha a obrigação de escalar o jovem no clássico, como ficou estabelecido dias antes do jogo.

Os dirigentes ainda tentaram impor a participação de Neymar na partida anterior, contra o Guarani, mas viram Dorival fazer a ameaça de demissão caso isso acontecesse. Na época, Brum foi solidário ao treinador e tomou a mesma atitude, sendo posteriormente punido com o afastamento da partida ante o Guarani.

“Eu sofri a ameaça de demissão. Mas fui multado em 10% do meu salário por defender o Dorival. No Santos, me criticavam por defender funcionários. Diziam que eu não podia me meter nesses problemas. O Dorival precisava ganhar o comando do grupo, e isso só ia acontecer com a punição ao Neymar”, destacou Brum.

Além do volante, Edu Dracena, Marquinhos e Léo também intercederam a favor de Dorival. Eles foram os quatro jogadores responsáveis por entrar na sala de Luis Alvaro de Oliveira, no CT Rei Pelé, na véspera do jogo contra o Guarani, e exigir que o posicionamento do treinador fosse acatado.

“O Dorival precisava ser respeitado. Ele é uma autoridade, e o Neymar tinha que entender isso. O garoto se arrependeu, nós sentimos. Mas o Dorival só ia ganhar o grupo de volta com essa atitude. Sei como é jogador, e sem punição um precedente perigoso teria sido aberto”, finalizou Brum, que teve contrato rescindido com o Santos nesta segunda-feira. O vínculo era válido até o fim de julho deste ano.