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Arce se espelha em Felipão e Carpegiani e fala em dirigir clube no Brasil

Arce marca presença em treino do Palmeiras ao lado do filho Alex e de Felipão - Almeida Rocha/Folhapress
Arce marca presença em treino do Palmeiras ao lado do filho Alex e de Felipão Imagem: Almeida Rocha/Folhapress

Paula Almeida

Em São Paulo

07/01/2011 17h23

Apesar de dirigir apenas dois treinamentos com bola nesta primeira semana de pré-temporada do Palmeiras, o técnico Luiz Felipe Scolari contou com a companhia de um antigo comandado nos últimos dias. O ex-lateral Arce, com quem Felipão trabalhou no Grêmio e em sua primeira passagem pelo Palmeiras, acompanhou os trabalhos na Academia de Futebol e procurou trocar experiências com seu novo colega de profissão, já que há quase quatro anos também virou treinador.

PERGUNTA DE 'PARAGUAI FALSIFICADO' IRRITA ARCE

Arce ficou visivelmente irritado durante um momento da entrevista coletiva desta sexta-feira. Ao ser questionado sobre se o bom futebol teria apagado a fama de que tudo que vem do Paraguai é falso, Arce mostrou insatisfação.

"Essa é uma questão social tão forte que não vou dar uma resposta do tamanho da pergunta, é algo muito mais profundo. Isso é culpa do governo, que não presta atenção na fronteira, porque os sacoleiros mesmo são brasileiros", esbravejou.

“Não é um estágio, é muito mais do que isso, é a continuação de uma ligação que eu tenho com o Luiz há muito tempo”, explicou o paraguaio nesta sexta-feira. “Fiz um estágio com ele no final de 2007, quando ele ainda estava em Portugal. Agora fiquei muito feliz quando ele fez o convite, e coincidiu com a pré-temporada do clube que eu dirijo [Rubiu Ñu]”.

Além de reencontrar um antigo amigo, a quem chama de “segundo pai”, Arce aproveitou a semana no Palmeiras para pegar algumas lições com Felipão. Na quinta-feira, porém, ele passou no São Paulo e também recebeu ‘aulas’ de Paulo César Carpegiani, por quem foi comandado na seleção do Paraguai.

Entre escolher um ou outro treinador como exemplo, o ex-lateral preferiu ficar com os dois. “O Carpegiani me marcou muito mais dentro de campo, pelo estilo de treinar e pelas estratégias. E o Luiz Felipe, fora de campo, não tem igual, é o mais completo, tem carisma e uma lealdade criada dentro do elenco. Isso pesa muito para as conquistas”, avaliou Arce. “O Luiz foi quem mais formou meu caráter fora de campo. Temos muita amizade, e é bom ter por perto alguém com tanta experiência, com quem agora também posso trocar experiências e me consultar”.

Com dois espelhos brasileiros e com uma identificação tão forte no país, Arce não esconde o desejo de vir treinar algum clube daqui nos próximos anos. “O mercado daqui é muito grande, e acho que no futuro faltamente teremos a oportunidade de vir trabalhar aqui”, afirmou, emendando suas preferências. “Tenho identificação com Palmeiras e Grêmio, mas ainda leva tempo para isso, pelo menos um ano [tempo que ele ainda tem de contrato com o Rubiu Ñu]. Depois as opções vão ficar mais abertas e claras, e se houver a possibilidade, vou querer voltar a trabalhar aqui no Brasil”.

Animado por reencontrar Felipão e outros amigos dos tempos de Palmeiras, onde atuou entre 1998 e 2002, Arce ficou feliz de ver que o clube passou por uma reestruturação física, mas admitiu que sua geração teve muito mais sucesso.

“Mudaram algumas coisas na estrutura, na logística, e fico feliz por isso, por ver que o nosso tempo deu uma contribuição para que tudo esteja melhor hoje”, comentou. “Para obter títulos e sucessos, muitas coisas têm que dar certo e coincidir. Não é só estrutura, jogadores ou comissão técnica qualificada, precisa ter uma coincidência geral. E naquele tempo nós tivemos isso. Era uma comissão muito boa, uma diretoria que nos acompanhava e uma torcida que tinha muita empatia com o time”, concluiu.