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Edu diz adeus ao Corinthians e atribui fiasco a lesões e poucas chances com Mano

Carlos Padeiro

Em São Paulo

12/01/2011 13h06

Ídolo corintiano, onde começou a jogar futebol aos cinco anos e iniciou a sua carreira com um gol na final da Copa São Paulo de Juniores, em 1999, Edu se despediu oficialmente do clube de Parque São Jorge na manhã desta quarta-feira. O atleta de 32 anos rescindiu contrato amigavelmente e realizou um discurso de agradecimento no CT Joaquim Grava.
 
Após aproximadamente dez anos de Europa, onde atuou por Arsenal e Valencia, Edu retornou ao Corinthians em 2009. A segunda passagem, porém, foi frustrante, e ele participou de apenas 27 partidas, sem virar titular da equipe. No total, o volante fez 112 jogos pelo Corinthians, nove amistosos e marcou apenas um gol.
 
No ano passado, Edu criticou a relação de Mano Menezes com os reservas. Nesta quarta, disse já ter reatado as relações com o técnico da seleção brasileira, porém atribuiu a ele o fato de não ter se firmado no time alvinegro. Além disso, culpou também as suas limitações físicas.
 
“Cheguei numa época que o Corinthians não estava muito bem, vários jogadores saindo e eu chegando. Pode ser que a minha preparação ali não foi ideal, treinei apenas dez dias para a estreia contra o Náutico. Voltava de férias do Campeonato Espanhol, foram quatro semanas sem treinar, treinei dez dias e depois me machuquei duas ou três vezes”, comentou o meio-campista.
 
“Na outra temporada [2010], o Mano pensou que eu não estivesse preparado e contratou outros jogadores. Mostrou que não contava comigo. Nunca me queixei das dificuldades, é normal o treinador ter opção por outros jogadores. Tive paciência, fiquei o ano treinando sem muitos objetivos porque sabia que contavam pouco comigo. Futebol é assim mesmo”, acrescentou.
 
Confira os principais trechos da primeira entrevista de Edu como ex-atleta do Corinthians:
 
- Relação com Mano
Me sentia como uma pessoa com pouca intimidade dentro do grupo. Por tudo que passei no futebol, ele [Mano] poderia me utilizar, não só para jogar, mas para eu me sentir útil. A relação até ali era ótima, mas naquele momento passou a ser difícil. A atenção que ele me dava era muito pouca. Acho que o treinador tem que se preocupar com o grupo todo, independente se gosta ou não, se acha bonito ou não, se acha que merece estar ali ou não. Era isso o que eu me queixava. São coisas normais do dia a dia, coisas que treinador tem, não sei se conta a empatia, não sei o que passa na cabeça dos treinadores. Mas foi algo pontual. Depois fui até a sala dele, conversamos, eu até disse o que achava errado no time, ele aceitou e nos abraçamos. Quando ele foi embora, me pediu desculpa.
 
- O adeus
Estou aqui para tornar público que rescindi meu contrato. Ontem acertei, não tinha assinado nada ainda. Gostaria de agradecer a entidade que me ajudou muito. Fui muito feliz aqui, onde comecei minha história aos cinco anos, saí com 20, voltei e fiquei mais um ano e meio. Quero dizer muito obrigado à torcida do Corinthians, até hoje o pessoal me para na rua e pergunta o que aconteceu, dizem que gostariam que eu ficasse. Quero agradecer o Andrés [Sanchez], que, além de presidente, é um amigo pessoal.
 
- A rescisão
Foi o Corinthians que entrou em contato comigo, o próprio Andrés. O Tite avisou que não iria me utilizar, eu ficaria de fora, e ele [Andrés] disse que seria melhor para mim. A rescisão foi de dar risada. Sentamos na mesa, e a negociação em si não durou dois minutos. Definimos um valor, eu abri mão de uma parte, o Corinthians abriu mão de outra. Depois ficamos duas horas conversando sobre outros assuntos. Fiz o que ele queria.
 
- Futuro
Ao longo dos anos vim me preparando para esse dia. Não sei se vou parar. Só continuo se aparecer alguma coisa bacana, senão penso encerrar a carreira. Já tenho meu escritório, minhas coisas pessoais, os meus negócios... Passo o dia lá dentro, estou feliz nessa nova fase, sentado no escritório.