Aposentado, Washington leva para sempre o jejum de gols na bagagem
Washington encerrou a carreira de jogador de futebol na última quinta-feira sem poder sentir o gostinho de acabar com o jejum de gols que o acompanhou desde o dia 15 de setembro de 2010, quando marcou pela última vez. Na ocasião, o atacante fez o único gol do Fluminense na derrota por 2 a 1 para o Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro, no Engenhão. Depois, ele passou 15 rodadas sem marcar e, na última quinta-feira, pendurou as chuteiras.
Três dias depois de ter marcado no Corinthians, ter chegado a dez gols na competição e continuar firme na briga pela artilharia do Brasileiro, Washington surpreendeu a todos com uma declaração inimaginável para um centroavante: “Sem dúvida trocaria a artilharia pela liderança do Brasileiro. Troco todos os meus gols pelo título”, afirmou na época.
Desde então, Washington passou a viver uma espécie de seca de gols. Muricy Ramalho o escalava, ele tentava, tentava, e a bola não entrava. Darío Conca, na vitória por 2 a 0 sobre o Grêmio, dia 28 de outubro, marcou duas vezes. Numa delas com passe do Coração Valente. O meia apontou para o companheiro e disse que o gol era do atacante. O gesto ficou eternizado.
A vida de Washington, dizem os fãs, sempre foi pautada pelo respeito e pela religiosidade. O ex-centroavante, durante entrevista coletiva a dois dias antes da “decisão” do Campeonato Brasileiro contra o Guarani, fez a confidência de uma conversa que teve nas Laranjeiras com uma torcedora do Fluminense:
“Conversei com uma tricolor e ela me disse o seguinte: ‘Acho que Deus lhe ouviu e vai dar o título a você’. Desde aquele dia não marquei mais. Eu disse que trocaria os gols pelo título e sinto que vamos conquistá-lo. Não me importo em continuar sem fazer mais gols, quero ser campeão”, revelou Washington dia 3 de dezembro de 2010.
Washington, em 2008, vivera momento muito parecido. Atuando pelo mesmo Fluminense, passou oito jogos sem marcar e conseguiu pôr fim ao jejum. O ex-centroavante, até para se pôr no lugar dos mortais, lembrou Pelé, o maior jogador de todos os tempos. Washington citou o Rei do Futebol quando as críticas sobre o seu jejum de gols eram ferozes.
“Se eu não passasse por má fase, eu seria o Pelé. Só ele não passou por momento ruim. Os outros também passaram, é normal. Sempre me cobro muito, mais do que qualquer torcedor. A cobrança do torcedor é pequena perto do que me cobro”, afirmou na época o então centroavante que cumpriu o prometido: trocou os gols pelo título brasileiro.
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