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Clubes nanicos da Europa atraem magnatas orientais

Da Folhapress

Em São Paulo

21/01/2011 09h01

O magnata indiano Ahsan Ali Syed está prestes a concretizar a compra do Racing Santander, clube da primeira divisão espanhola. Segundo comunicado assinado pelo empresário, o negócio deve ser sacramentado na segunda-feira.

Ele promete investir 90 milhões de euros (R$ 202 milhões) nos próximos cinco anos, sendo que ao menos 30 milhões de euros (R$ 67 milhões) serão utilizados para a compra do clube e o pagamento de dívidas.

Comum no futebol inglês, o negócio é mais um avanço de investidores orientais a clubes pequenos da Espanha, tradicionalmente contrária a esse tipo de acordo.

No ano passado, o xeque Abdullah Bin Nassar Al-Thani, membro da família real do Qatar, adquiriu o Málaga, outro clube de pouca expressão, por 36 milhões de euros.

Graças ao dinheiro de origem árabe, o Málaga contratou este ano jogadores como o atacante brasileiro Júlio Batista e o defensor argentino Demichelis, titular de Maradona na Copa-2010.

Até então, ambos os atletas eram considerados inalcançáveis ao clube, que costuma frequentar as divisões intermediárias do futebol espanhol.

"Estamos cientes de que é a primeira vez que um investidor desta região [oriente] negocia na Espanha, e ele quer dar um bom exemplo", disse, à época, o empresário Abdullah Ghubn, parceiro do xeque qatariano. "Queremos primeiro consolidar o Málaga como um time de primeira divisão e depois aspirar coisas maiores."

O governo do estado espanhol da Cantábria, onde fica Santander, acompanha de perto a negociação entre o empresário indiano e o Racing, que atualmente ocupa a 14ª posição no Nacional.

Há seis anos, o estado colocou  6,7 milhões no clube para evitar sua falência, e pretende recuperar este dinheiro agora. Para isso, pediu "garantias firmes" ao magnata que quer adquirir o clube para aprovar a venda.

No ano passado, o inglês Blackburn rejeitou oferta de compra feita pela WGA (Western Gulf Advisory), empresa de Syed com negócios que vão do petróleo à tecnologia. Mas depois fechou com outro grupo indiano, o Venky’s, que investiu 54 milhões de libras (R$ 143 milhões), boa parte para saldar dívidas da agremiação.

"A Espanha é campeã do mundo e tem jogadores extraordinários", disse Syed. "Depois de estudar opções em diversos países, entendemos que o Racing se encaixa em nossa estratégia porque é um clube muito bem gerenciado e que tem grande potencial a longo prazo", declarou o investidor indiano.

"O esporte sempre foi uma boa oportunidade de investimento, especialmente por combinar paixão e sonhos. Sempre sonhei em ter meu próprio time de futebol e de ver jogar a minha equipe", completou o empresário.